segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

“Meu filho sofria da vista, me apeguei com ela e ele foi curado”, revela devota

Foto: Josemário Alves

Por Valéria Lima

Sentada em uma cadeira na calçada da Igreja São José, no bairro Bom Jardim, Dona Rita, de 84 anos, vestida a caráter e com uma vela em mãos, acompanhava com o olhar atento a procissão de Santa Luzia, padroeira de Mossoró que tomou as ruas da cidade neste domingo (13).  

Como já não pode mais acompanhar a procissão a pé, por conta de problemas acarretados pela idade, a Dona Rita esperou atenta junto com a família, a chegada da imagem da Santa da Luz – que neste ano teve como trajeto a Igreja São José, antes da chegada a Catedral de Santa Luzia, no Centro.
Dona Rita conta que desde pequena é devota de Santa Luzia. “Sempre me apego com ela, desde pequena sou devota, assim como minha mãe era”, afirma.
Natural de Patu, região Oeste potiguar, Dona Rita é mãe de oito filhos, dos quais ela criou quatro, e veio com os pais para Mossoró há cerca de 65 anos.
“Desde jovem que moro aqui e adotei Santa Luzia para ser devota, ave maria, sou devota demais, me identifiquei muito, me apego com ela”, afirma dona Rita, que também é devota de Santa Rita, padroeira de Patu, sua terra natal.
A fiel conta que se sente protegida por Santa Luzia, e que sempre recorre a ela nas horas mais difíceis. “Peço com fé e acredito que ela vai me ajudar, confio nela”, revela.
Devota, ela confessa que já teve a alegria de receber um milagre da santa dos olhos, que curou seu filho mais novo de um problema na visão.
“Meu filho mais novo quando tinha 12 anos sofria da vista, aí eu me apeguei com Santa Luzia e ele foi curado, pedia muito para ela ajudar meu filho, ele não via direito, não podia nem estudar direito porque não conseguia enxergar”, explica Dona Rita emocionada.
Por conta desse milagre, dona Rita prometeu nunca mais faltar a procissão de Santa Luzia. “Depois disso, todo ano eu estou aqui, eu prometi, e mesmo que não possa acompanhar mais a pé, eu fico aqui sentada esperando a procissão, eu sempre ia andando de pés descalços, mas agora não posso mais”, conta.
Dona Rita aguarda a chegada de Santa Luzia junto com a família, que também é devota da Santa, como ela mesmo diz: “A família toda é devota”.
(Foto: Josemário Alves)
É o que confirma a filha de Dona Rita, a dona de casa Maria das Dores. “É uma tradição de família, desde da minha avó que era devota, é filha, sobrinha, neto, primo, todo mudo devoto de Santa Luzia”, afirma.
Ela conta que a fé veio de família: “Desde pequenos, fomos todos aprendendo, meus avós passaram isso para minha mãe e ela passou para a gente”, afirma.
Mãe e filha, juntas, ligadas também pela fé, aguardam a passagem de Santa Luzia. Dona Rita, emocionada e com a felicidade estampada no rosto, revela que sua história com Santa Luzia, não termina por aqui.
“Eu fiz outro pedido a ela, eu sofro de glaucoma, tenho até que fazer uma cirurgia nos olhos, mas eu morro de medo, estou pedindo a Santa Luzia que dê tudo certo, confio nela, eu peço com fé e acredito que serei atendida”, afirma a fiel, que mesmo em tom de preocupação não perdeu a simpatia com a nossa equipe de reportagem.
“Nós aprendemos a amar Santa Luzia”, diz estudante
A devoção por Santa Luzia pode parecer uma realidade distante para os jovens. Só pode. Entre os mais de 180 mil devotos, que compareceram a procissão neste domingo (13), encontramos o estudante de Letras, Marcelo Onofre, de 20 anos.
Marcelo conta que a fé pela Santa da Luz é de família. “É uma tradição de família, minha família sempre foi devota dela, e desde pequeno a gente veio aprendendo”.
“Nós aprendemos a amar Santa Luzia”, diz Marcelo, que participa do grupo de Shalom e da Liturgia da Igreja São José, desde muito pequeno.
O estudante conta que se aproximou ainda mais de Santa Luzia, quando sua mãe teve um problema na visão.
“Foi quando todo mundo se voltou para Santa Luzia e pedimos a intercessão dela, e no final deu tudo certo”, revelou.

(Foto: Valéria Lima)

 Fonte: Mossoró Hoje 

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