Uma
mulher de 28 anos, que segundo a família sofria de distúrbios mentais,
foi morta com uma facada no peito após uma discussão por causa de um
aparelho celular. O suspeito do homicídio,
crime que aconteceu na tarde desta sexta-feira (15) na cidade de
Touros, no litoral Norte potiguar, é irmão da vítima. Emílio Carlos de
Nascimento Santana tem 39 anos e confessou. Márcia Najara do Nascimento
Santana ainda foi socorrida ao hospital, mas não resistiu ao ferimento.
Segundo a mãe, antes de a filha morrer ela teria dito: "foi o homem
mal".
“Emílio
passou o dia bebendo. Quando chegou em casa, a moça queria usar o
telefone dele. Como ela tinha problemas mentais, ele não quis dar o
aparelho e então os dois começaram a brigar. Foi quando ele deu uma
facada no peito dela. Depois, foi mais uma vez para o bar e voltou a
tomar cachaça. Quando fomos até a casa da família, o Emílio estava
tranquilo, assistindo televisão, como se nada tivesse acontecido",
revelou o delegado Natanión de Freitas, um dos titulares da Delegacia de
Plantão da Zona Norte de Natal.
A
prisão do suspeito aconteceu na madrugada deste sábado (16), por volta
das 3h. Ao G1, o delegado contou que foi ao município de Touros, que
fica distante cerca de 90 quilômetros da capital, porque ficou
desconfiado de que o crime teria sido cometido por alguém próximo da
vítima, alguém que conhecia a casa onde Márcia Najara morava com os
pais. “A mãe da moça nos contou que a porta da casa não havia sido
arrombada, ou seja, que quem entrou abriu a porta sem precisar
forçá-la”, explicou.
Ainda
de acordo com Natanión, a mãe de Márcia saiu de casa e deixou o marido
tomando conta da moça, já que a filha precisava de vigilância constante.
Porém, o pai precisou ir a uma oficina e acabou deixando a filha
trancada, sozinha. “O pai fechou a porta e escondeu a chave dentro do
buraco de um tijolo, esconderijo que o filho conhecia. Quando Emílio foi
pra casa, à tarde, pegou a chave no tijolo e entrou. Ele disse que foi
dormir, mas a irmã o acordou querendo usar o celular dele, mas que ele
não quis dar o aparelho porque ela não saberia usar e que iria acabar
ligando pra todo mundo. Houve a discussão e ele disse que a irmã queria
bater na cara dele. Daí ele a esfaqueou. Depois, fechou a casa, colocou a
chave no esconderijo e voltou para o bar”, relatou o delegado.
Quando
os pais de Márcia chegaram em casa, encontraram a porta fechada.
Pegaram a chave dentro do tijolo e abriram a porta. Dentro da
residência, a filha caída no chão. Ela ainda foi socorrida ao hospital
da cidade, mas não resistiu. “Em depoimento, a mãe dela contou que a
filha ainda consegui dizer que tinha sido um homem mal que a havia
esfaqueado. Ela disse isso, acredito eu, porque a mãe sempre dizia pra
filha não sair de casa porque o homem mal iria pegá-la. Isso deve ter
ficado gravado na memória dela”, ressaltou Natanión.
Após a
morte, o delegado disse que mãe da vítima foi à Delegacia de Plantão da
Zona Norte de Natal e comunicou o crime, mas que não desconfiava de
ninguém. “Suspeitamos do irmão da moça porque a mãe contou que a casa
não tinha sido arrombada. E que somente os próprios pais e o Emílio
sabiam onde a chave estava. E também a mãe contou que os irmãos sempre
brigavam e que o filho dela tinha problemas com a bebida e que de vez em
quando fazia uso de drogas. Por isso fomo atrás dele”, contou.
Por
fim, Natanión revelou que Emílio foi encontrado em casa, já por volta
das 3h, deitado no sofá de casa assistindo televisão. Aparentemente
ainda sob efeito de álcool, ele estava tranquilo. Primeiro ele negou o
crime, mas depois acabou abrindo o jogo e confessou tudo”, concluiu.
Emílio
foi detido em flagrante e levado para Natal, onde permanece à
disposição da Justiça. A faca utilizada no crime foi encontrada no bar
onde ele passou o dia bebendo.
Fonte: G1 via Cidade News
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