Guilherme
Lozano Oliveira, 22, acusado de matar e esquartejar a tia, disse à
polícia que os dois brigaram por causa da cachorra do rapaz. A
professora Kely Cristina de
Oliveira, 44, teria reclamado da sujeira feita pelo animal.
Guilherme
foi preso em flagrante na noite da última quarta-feira (5) sob suspeita
de matar a tia e esquartejar o corpo –partes foram deixadas dentro do
freezer de uma geladeira do apartamento. "Eu sabia que ela estava lá, no
freezer, e isso me fazia muito mal", afirmou Guilherme em depoimento.
O
acusado confessou, segundo a polícia, que perdeu a cabeça quando Kely
passou a falar que ele teria de dispensar a cachorra por conta da
sujeira. "Ela começou a bater as portas, mas, quando falou na cachorra,
eu me descontrolei. Dei uma chave de braço e, quando percebi ela já
estava morta", explicou. Ele é lutador de jiu-jítsu.
"Ela
sempre foi muito boa comigo", afirmou Guilherme à polícia. "Na noite
anterior, havíamos comido pizza juntos, vimos um filme. Mas na manhã foi
diferente. Dei bom dia e ela me xingou, começou a bater as portas
resmungando. Ela tinha isso, era bipolar. Um dia estava rindo, no outro
me xingava."
Em seu
depoimento, Guilherme Oliveira ressaltou que pensou em ligar à polícia
logo após matar a tia, mas desistiu pelo medo de perder contato com a
filha de 2 anos. "Mas eu pensei, sou condenado. Nunca vão acreditar na
minha história. Eu não queria perder minha filha", disse.
"Perdi
minha irmã e, provavelmente, um filho também", afirmou o aposentado
Marco Antônio Oliveira, 48, pai de Guilherme nesta sexta-feira (7).
Guilherme foi preso após seu próprio pai, o aposentado Marco Antônio
Oliveira, 48 anos, acionar um carro da PM por desconfiar do sumiço da
irmã. Ele deve prestar depoimento na semana que vem.
O
acusado teve a prisão preventiva por 30 dias decretada pela Justiça. O
delegado Milton Toschi Junior, responsável pelo inquérito, deve
indiciá-lo por homicídio duplamente qualificado, ocultação de cadáver e
tentativa de fuga.
Promotora
que conseguiu a condenação de Guilherme Oliveira pelo assassinato de
Johni Raoni Falcão Galanciak, 25 anos, em 2011, Mildred de Assis
Gonzalez disse que é tendência dos juízes manterem em liberdade
condenados que usufruem do direito antes do julgamento e depois entram
com recurso pela apelação.
"No nosso entendimento, cada caso merecia um detalhamento especial para rever essa situação. Como era o perfil dele", disse.
A
promotora se refere especificamente aos mais de 11 citações a Oliveira
em ocorrências registradas na Polícia Civil por conta do envolvimento de
Guilherme com grupos racistas.
Fonte: Folha de São Paulo via Cidade News
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