Desde que reassumiu a seleção brasileira, Luiz Felipe Scolari tem buscado um veterano para chamar de seu. Depois de tentar Kaká e Ronaldinho Gaúcho, ele pode finalmente ter achado um nome com experiência e rendimento. Com uma bola na trave e um gol decisivo, Robinho entrou de vez na briga por uma vaga na Copa do Mundo de 2014.
"Robinho é um jogador com 102 convocações. Tem 29, 30 gols pela seleção. Foi a duas Copas. Tem experiência, é um jogador de qualidade técnica que qualquer time gostaria de ter. Veio e foi bem recebido. Foi um jogador que ajudou", resumiu Felipão, logo após a vitória do Brasil por 2 a 1 sobre o Chile.
O sucesso de Robinho em dois jogos foi considerável. Chamado para ocupar a função de falso 9 na ausência de Diego Costa, o atacante do Milan cumpriu com perfeição o papel que se esperava dele.
Internamente, entrosou-se com os companheiros como se não tivesse passado mais de dois anos afastado da seleção. Antes do chamado de Felipão, sua última convocação havia sido com o antecessor Mano Menezes, no começo do segundo semestre de 2011, para o amistoso contra a Alemanha.
Em poucos dias, Robinho assumiu o pandeiro do samba da seleção ao lado de Dante e reviveu a persona de "presidente da resenha", como definiu Galvão Bueno na transmissão da Rede Globo no último sábado. Nos treinos, não chegou a se destacar, mas mostrou alguma personalidade ao arriscar lances de efeito diante do treinador, como lançamento de letra e passes mais arriscados, embora nem sempre funcionassem.
Quando a bola rolou para valer, porém, Robinho fez valer toda sua experiência. Contra Honduras, ele entrou no intervalo e participou de dois dos cinco gols brasileiros. Em um deles, deu uma assistência de calcanhar para Hulk, e em outro lance isolado mandou uma bola na trave.
Na última terça, ele brilhou ainda mais. Opção para o início do segundo tempo, Robinho chegou mais vezes ao gol rival que seu antecessor Jô. Em menos de 45 minutos, ele perdeu um gol claro, teve outro anulado por impedimento, quase fez um de placa após chapelar um zagueiro, e - o mais importante - marcou, de cabeça, o gol da vitória brasileira sobre o Chile.
"[Minha atuação] foi boa. Tentei fazer meu melhor, o que o Felipão me pediu. Estou feliz pela vitória da seleção, depois pelo meu gol. Ninguém está certo [na lista para a Copa]. Procurei fazer meu melhor e agora é continuar jogando no Milan", disse Robinho.
A vaga que ele disputa, porém, é das mais disputadas do elenco. Em tese, o atacante batalha por um espaço com Jô pela vaga de reserva de Fred. Mas sua versatilidade permite que ele também possa ser aproveitado nas pontas do campo, o que o coloca no caminho de jogadores como Willian e Lucas, por exemplo.
Nos dois casos, pode pesar a sua experiência. Sempre que perguntado, Felipão aponta a falta de rodagem da seleção atual como um ponto negativo em relação ao time de 2002. Desde que assumiu, o treinador deu chances para Kaká e Ronaldinho Gaúcho, que não o convenceram e ficaram fora da Copa das Confederações.
Com o desempenho diante de Honduras e Chile, Robinho pode ganhar essa disputa direta. "Para mim é muito importante essa Copa, pode ser que seja minha última. Por isso, vou me preparar pra jogar bem até lá", disse o jogador.
Fonte: Uol
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