O crime organizado no Rio Grande do Norte está atualmente dividido entre
duas facções, o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Sindicato do
Crime. Juntas, as duas organizações criminosas chegam a movimentar cerca
de R$ 500 mil a partir da cobrança de mensalidade a seus integrantes.
De acordo com o juiz Henrique Baltazar, titular da Vara de Execuções
Penais do estado, o PCC possui 300 integrantes e cobra uma mensalidade
de R$ 600. Já o Sindicato do Crime conta com cerca de 1 mil integrantes e
cobra algo em torno de R$ 400.
“O dinheiro arrecadado pela cobrança das mensalidades é utilizado
para movimentar o crime no RN e principalmente para comprar drogas em
outros estados, geralmente da região Norte do país”, explicou o magistrado.
Com características semelhantes em suas ações criminosas, ambas as
facções agem principalmente na execução de roubos, tráfico de drogas,
assalto a bancos e homicídios.
Surgido no estado de São Paulo, o Primeiro Comando da Capital teve suas
primeiras investidas aqui no estado em meados de 2010. Não se sabe
precisar exatamente quando, mas desacordos entre integrantes da facção
em solo potiguar geraram a divisão da facção em dois grupos.
O grupo dissidente, denominado como Sindicato do Crime, passou a
disputar então o mercado do crime no estado. O juiz alerta que ao longo
dos últimos anos, o Sindicato vem ganhando cada vez mais força,
inclusive ganhando espaço do PCC no estado.
Segundo o juiz Henrique Baltazar, o principal motivo é número de exigências feitas pela facção paulista. “A
principal delas está relacionada ao uso de drogas pesadas. Enquanto o
PCC não permite que seus integrantes usem crack, por exemplo, o
Sindicato é mais maleável”, relata.
Atualmente, a facção criminosa surgida no RN possui articulações com
outros grupos que também possuem atuação na região Nordeste. Uma delas é
a Al-Qaeda, mesmo nome da organização fundamentalista islâmica
internacional, sob a qual são atribuídas diversas ações terroristas.
Fonte: Jair Gomes
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