Com agências,
A
Polícia Federal prendeu ao amanhecer de hoje (3) o ex-ministro da Casa
Civil José Dirceu. A prisão preventiva foi decretada pelo juiz Sérgio
Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, no âmbito da Operação Lava Jato,
que investiga corrupção dentro da Petrobras.
A prisão foi ordenada após a constatação de que o ex-ministro
movimentou, dentro da sua empresa JD Consultoria, R$ 71,4 milhões desde
2007. As movimentações aconteceram mesmo após Dirceu ter sido condenado
no processo do Mensalão do PT. A justificativa das prisões é que teriam
sido usados laranjas para realizar operações ilegais, mesmo após a
realização das primeiras fases da Lava-Jato. Seu irmão, e sócio na JD,
Luis Eduardo, também foi preso.
Dirceu estava cumprindo prisão domiciliar em Brasília, onde foi
detido. Ele ganhou esse benefício em outubro de 2014, após um período na
Penitenciária da Papuda.
A nova ação da PF é denominada Operação Pixuleco (apelido pelo qual
alguns dos indiciados na Lava Jato se referiam à propina). São 40
mandados judiciais, sendo três de prisão preventiva, cinco de prisão
temporária e seis de condução coercitiva (quando o suspeito é conduzido
para depor em delegacias). A ação acontece em Brasília, Rio de Janeiro e
São Paulo.
Entre os crimes investigados estão corrupção ativa e passiva,
formação de quadrilha, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Foram
decretados também o sequestro de imóveis e o bloqueio de contas
bancárias dos presos.
A ação tem como base a delação do lobista Milton Pascowitch. Ele
afirma ter usado a empresa dele, a Jamp, para intermediar pagamentos à
JD, empresa de consultoria do ex-ministro Dirceu e do irmão dele, Luis
Eduardo. As transferências somaram quase R$ 1,5 milhão entre os anos
2011 e 2012. Parte desse dinheiro seria propina ao PT e ao ex-ministro,
conforme o delator.
Dirceu já esperava ser preso, tanto que impetrou três habeas corpus
junto ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), em Porto
Alegre. Os magistrados negaram a solicitação, que permitiria a ele
permanecer em liberdade, mesmo diante de possível ordem de prisão da
Justiça Federal de primeira instância (Curitiba).
Os desembargadores deram justificativa de que não havia indícios de
que a prisão poderia acontecer, que existiam vários investigados e nem
todos corriam o risco de serem presos. José Dirceu foi ministro da Casa
Civil no primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (entre
2003-2006). Era, também, deputado federal eleito pelo PT em São Paulo.
Enfrentou longo processo por compra de votos no Congresso, em ação para
favorecer projetos governamentais, conhecida como "Mensalão". Foi
condenado como mentor do esquema de compra de parlamentares para formar a
base governista e preso no dia 15 de novembro de 2013. Após trabalhar
de dia num escritório de advocacia e pernoitar no presídio, foi liberado
para cumprir o resto da pena em casa, em outubro de 2014. Agora foi
preso novamente.
Fonte: No Minuto
Nenhum comentário:
Postar um comentário