Do G1 RN
Detentos atearam fogo dentro do Pereirão, em Caicó (Foto: Sidney Silva/G1)
Os detentos da Penitenciária Estadual do Seridó Desembargador Francisco
Pereira da Nóbrega, o Pereirão, em Caicó, iniciaram um motim na manhã
desta terça-feira (17). De acordo com o diretor da unidade prisional,
Alex Alexandre Dantas, os presos começaram a quebrar as grades das celas
por volta das 7h.
O Pereirão é a oitava unidade prisional do Rio Grande do Norte a ter
grades e celas quebradas durante a onda de rebeliões iniciada na última
quarta-feira (11). Os motins continuaram na quinta, na sexta e nesta
segunda. A situação levou à exoneração
do secretário estadual de Justiça e Cidadania (Sejuc), Zaidem
Heronildes da Silva Filho, e o governo decretou situação de calamidade
no sistema prisional.
Detentos gravaram vídeos em que fazem uma série de exigências, como a saída da diretora da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, Dinorá Simas. Esta é a maior unidade prisional do estado e apontada como foco do início das rebeliões.
Segundo o diretor do Pereirão, cerca de 600 presos cumprem pena na
unidade prisional, que tem capacidade para 367 detentos. A direção do
presídio já pediu reforço da Polícia Militar. "Estávamos preparados com
maior efetivo de agentes e pedimos reforços para a PM. Acredito que nós
vamos entrar no presídio para tentar controlar a situação", afirmou Alex
Alexandre.
Em entrevista à InterTV Cabugi nesta segunda-feira, a secretária de
Segurança Pública e Defesa Social do Rio Grande do Norte, Kalina Leite
Gonçalves, afirmou que não vai negociar com os presos.
"O que o poder público tem que fazer é garantir os direitos
constitucionais. Agora, nenhuma possibilidade de negociação com preso",
disse ela.
Outros presídios
Além do Pereirão, foram alvos de ataques quatro unidades prisionais na Zona Norte de Natal: Centro de Detenção Provisória de Potengi, Complexo Prisional João Chaves, Presídio Provisório Professor Raimundo Nonato e Centro de Detenção Provisória da Zona Norte (CDP).
Além do Pereirão, foram alvos de ataques quatro unidades prisionais na Zona Norte de Natal: Centro de Detenção Provisória de Potengi, Complexo Prisional João Chaves, Presídio Provisório Professor Raimundo Nonato e Centro de Detenção Provisória da Zona Norte (CDP).
Também houve rebeliões no Centro de Detenção Provisória da Ribeira, na
Zona Leste de Natal; na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia
Floresta; e na Penitenciária Estadual de Parnamirim (PEP).
Presos do CDP da Ribeira deixaram a unidade na manhã desta terça-feira (Foto: Divulgação/Sejuc-RN)
Na manhã desta terça-feira (17), cerca de 90 presos foram transferidos do Centro de Detenção Provisória da Ribeira,
na Zona Leste de Natal. O destino dos detentos não foi revelado por uma
questão de segurança. Ao longo do dia, outros presidiários, em outras
unidades, também serão removidos.
Força Nacional
A assessoria de comunicação da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Sesed) disse que pediu apoio da Força Nacional em virtude da onda de rebeliões no sistema prisional.
A assessoria de comunicação da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Sesed) disse que pediu apoio da Força Nacional em virtude da onda de rebeliões no sistema prisional.
O reforço federal, segundo a assessoria da Sesed, pode chegar a 300
homens. Eles são esperados no estado a partir desta terça-feira (17).
Além disso, dois helicópteros cedidos pelo Ministério da Justiça vão
para Natal também nesta terça.
Calamidade
A assessoria acrescentou que o decreto de calamidade para o sistema penitenciário será publicado no Diário Oficial do Estado desta terça. A decisão permite que medidas de emergência sejam adotadas e determina a criação de uma força tarefa. A Secretaria Estadual da Justiça e da Cidadania fica responsável por designar uma comissão especial de licitação, que deve acompanhar todos os processos e decisões a serem adotados.
A assessoria acrescentou que o decreto de calamidade para o sistema penitenciário será publicado no Diário Oficial do Estado desta terça. A decisão permite que medidas de emergência sejam adotadas e determina a criação de uma força tarefa. A Secretaria Estadual da Justiça e da Cidadania fica responsável por designar uma comissão especial de licitação, que deve acompanhar todos os processos e decisões a serem adotados.
Alcaçuz é a maior unidade prisional do estado
(Foto: Heloisa Guimarães/Inter TV Cabugi)
A força tarefa deverá apresentar ao governador Robinson Faria, a cada
30 dias, um relatório circunstanciado das atividades. As medidas da
situação de calamidade foram propostas após a apreciação do relatório de
Situação e Diagnóstico, e consideram a destruição por parte dos
rebelados de mil vagas divididas entre Alcaçuz (450), Penitenciária
Estadual de Parnamirim (250) e Cadeia Pública de Natal (300).
Presos durante rebelição em Alcaçuz nesta quarta
(Foto: Divulgação/Sejuc)
MP investiga falta de vagas
O Ministério Público do Rio Grande do Norte instaurou inquérito civil para investigar a falta de vagas nos presídios do estado. O inquérito vai apurar medidas usadas pelos órgãos públicos responsáveis pela gestão do sistema penitenciário estadual. Segundo o MP, não há unidades prisionais suficientes no estado.
De acordo com o MP, a população carcerária no RN é de, aproximadamente,
7.650 pessoas e o Estado disponibiliza cerca de 4 mil vagas. Devido à
recente série de rebeliões nos presídios, o órgão investigará as
condições estruturais das unidades prisionais e a gestão do sistema
penitenciário.
A "grave ineficiência funcional dos agentes públicos responsáveis pela
gestão deste sistema" é citada na publicação do Diário Oficial local
como um dos principais motivos para a superpopulação carcerária.
Terceiro incêndio ocorreu no terminal do Golandim
(Foto: Divulgação/Polícia Militar do RN)
Ataques a ônibus
A Secretaria de Segurança Pública investiga se a onda de rebeliões tem relação com a série de ataques a ônibus iniciada na tarde desta segunda na Grande Natal. Até o momento, a Polícia Militar do Rio Grande do Norte registrou quatro ocorrências nos mesmos moldes.
A Secretaria de Segurança Pública investiga se a onda de rebeliões tem relação com a série de ataques a ônibus iniciada na tarde desta segunda na Grande Natal. Até o momento, a Polícia Militar do Rio Grande do Norte registrou quatro ocorrências nos mesmos moldes.
De acordo com a PM, criminosos ordenaram que funcionários e passageiros deixassem os veículos e atearam fogo nos ônibus.
A cena se repetiu no bairro Petrópolis, na Zona Leste; no conjunto Vale Dourado, na Zona Norte; no bairro Golandim, em São Gonçalo do Amarante, na região metropolitana; e em Parnamirim, também na Grande Natal.
Os ataques levaram as empresas de ônibus a recolher a frota de veículos mais cedo. Conforme a Secretaria de Mobilidade Urbana de Natal, os táxis da cidade foram autorizados a realizar lotações durante a noite e madrugada para atender a população. O Sindicato dos Rodoviários do RN informou que os ônibus voltaram a circular às 5h desta terça.
A cena se repetiu no bairro Petrópolis, na Zona Leste; no conjunto Vale Dourado, na Zona Norte; no bairro Golandim, em São Gonçalo do Amarante, na região metropolitana; e em Parnamirim, também na Grande Natal.
Os ataques levaram as empresas de ônibus a recolher a frota de veículos mais cedo. Conforme a Secretaria de Mobilidade Urbana de Natal, os táxis da cidade foram autorizados a realizar lotações durante a noite e madrugada para atender a população. O Sindicato dos Rodoviários do RN informou que os ônibus voltaram a circular às 5h desta terça.
Carro da PM
Um carro da Polícia Militar do Rio Grande do Norte foi incendiado na noite desta segunda-feira (16) na zona Oeste de Natal. O veículo estava dentro de uma oficina na avenida Amintas Barros, no bairro do Bom Pastor. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da Sesed.
Um carro da Polícia Militar do Rio Grande do Norte foi incendiado na noite desta segunda-feira (16) na zona Oeste de Natal. O veículo estava dentro de uma oficina na avenida Amintas Barros, no bairro do Bom Pastor. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da Sesed.
"O carro estava parado dentro da oficina porque passa por conserto.
Alguém descobriu isso, entrou no local e ateou fogo nela", informou a
secretaria. Não se sabe qual o tamanho da destruição do veículo e quem
ateou fogo nele.
Ônibus foi incendiado na Avenida Hermes da Fonseca, em Petrópolis (Foto: Kléber Teixeira/Inter TV Cabugi)
Fonte: G1
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