Foi
preso preventivamente o acusado de assédio sexual em teste de elenco
para filme que seria gravado em Fortaleza, Raphael Fyah. A detenção, que
cumpre ordem judicial da 6ª Vara Criminal, foi
realizada nesta quarta-feira (11). O suposto diretor de cinema foi
levado para o 33º Distrito Policial, no Bairro Goiabeiras, e poderá
responder ao artigo 216 do Código Penal, por atentado ao pudor mediante
fraude.
O
caso, revelado pelo Tribuna do Ceará, começou a ser investigado após o
registro de Boletim de Ocorrência feito por alunas de teatro da
Universidade Federal do Ceará (UFC). Raphael teria convocado pelo menos
30 atrizes para participar de teste para a gravação do longa Barra do
Ceará, de sua autoria, que teria cenas mais violentas do que filmes como
Cidade de Deus e Tropa de Elite e teor sexual que se aproximaria dos
filmes Ninfomaníaca e Azul é a Cor Mais Quente.
Os
testes foram realizados no dia 3 de fevereiro, dentro do Centro Urbano
de Cultura, Arte, Ciência e Esporte (Cuca) da Barra do Ceará, órgão
mantido pela Prefeitura de Fortaleza. Uma das atrizes admitiu que
participou de uma simulação de sexo, seminua. Raphael inicialmente negou
o caso, mas depois admitiu sua “inexperiência” no ramo, e que uma das
jovens fez mesmo o teste, porém sem penetração.
Se
fosse aprovada para a vaga de protagonista, a atriz receberia R$ 3 mil
de cachê pela participação na produção. Revoltadas, as jovens se
mobilizaram e foram à polícia para denunciá-lo por assédio sexual.
Passado
o Carnaval, o delegado do 33º Distrito Policial, Sidney Furtado, que
acompanha o caso, começou as investigações. Ele ouviu mais uma vez as
atrizes e tomou o testemunho da universitária que chegou a fazer o
teste. Funcionários do Cuca Barra também foram ouvidos.
Segundo
Sidney, o verdadeiro nome do rapaz é Francisco Raphael da Costa Silva,
sendo conhecido pela polícia como Dentinho. Ele já responde a cinco
acusações por estelionato. Se Raphael for condenado nesse novo caso, a
pena é de reclusão por dois anos e seis meses.
Humilhação
As
atrizes denunciaram também o tratamento preconceituoso que receberam da
Polícia Civil inicialmente, antes de a imprensa abordar o caso. A
universitária que fez o teste alega que foi humilhada por funcionário do
33º DP, na ocasião em que registrou BO. Isso levou a defensora pública
que acompanha a denúncia, Elisabeth Chagas, a criticar a falta de
preparo das delegacias no que diz respeito ao atendimento a mulheres que
sofrem violência sexual.
Fonte: Tribuna do Ceará via Cidade News
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