A presidente Dilma Rousseff chegou por volta das 7h desta segunda-feira (23) a Nova York para participar da Assembleia-Geral das Nações Unidas, onde irá fazer discurso nesta terça contra a espionagem norte-americana no Brasil. Ela passa o dia sem compromissos oficiais e deve finalizar o texto da declaração que fará na abertura do evento.
Por tradição, o presidente do Brasil sempre faz o discurso inicial da Assembleia-Geral. Esta será a terceira participação de Dilma na Assembleia-Geral da ONU desde que tomou posse em janeiro 2011. O evento, que tem sede nos Estados Unidos e reúne mais de 190 chefes de Estado, ocorre uma semana depois de a presidente cancelar viagem oficial que faria a Washington em Outubro para reuniões com o presidente norte-americano, Barack Obama.
A decisão foi tomada após o mal estar gerado com as denúncias de que a NSA, agencia de segurança norte-americana, espionou Dilma, seus assessores e também a Petrobras, segundo revelou o programa Fantástico.
Primeira chefe de Estado a discursar na Assembleia-Geral da ONU, a presidente deverá pedir que as ações de inteligência entre nações sejam regulamentadas pelo organismo internacional. Dilma quer a elaboração de normas específicas e limites a ações de espionagem.
A presidente deverá ainda fazer uma defesa do respeito à soberania dos países e à privacidade de correspondências na internet.
A fala antecede o discurso de Barack Obama, que subirá à tribuna da Assembleia das Nações Unidas logo após Dilma.
Apesar de elaborar discurso com uma crítica pública às operações de inteligência dos EUA, a presidente usará parte do tempo em Nova York para assegurar a investidores norte-americanos que as relações comerciais entre os dois países não devem ser afetados.
Na quarta-feira (25), por volta de 12h30, Dilma fará discurso de encerramento em um seminário sobre possibilidades de investimento em infraestrutura no Brasil.
O evento, organizado por um banco norte-americano, terá participação de empresários estrangeiros e presença em peso da equipe econômica do governo.
De acordo com o Itamaraty, o ministro de Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, terá uma reunião bilateral nesta semana com o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, para tratar do tema da espionagem e de questões comerciais.
Segundo assessores, na reunião com John Kerry, Luiz Alberto Figueiredo vai cobrar explicações sobre as denúncias de espionagem, mas também vai frisar que o impasse político não pode afetar a relação comercial entre os dois países.
Fonte: G1
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