A
faixa de empresas com faturamento anual de até R$ 3,6 milhões foi
responsável pela geração de 106,8 mil postos de trabalho com carteira
assinada no Rio Grande do Norte entre 2000 e 2011, segundo o Sebrae. O
número de empregos formais subiu de 82,8 mil para 189,6 mil nesse
período, o que representa um crescimento próximo de 129%. O segmento
registrou no estado uma média de crescimento anual da ordem de 7,8% ao
ano, a segunda maior da região, ficando atrás apenas do Maranhão, onde a
taxa de crescimento foi de 8,5% ao ano. Os dados constam no Anuário do
Trabalho da Micro e Pequena Empresa, elaborado pelo Sebrae em parceria
com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos
Socioeconômicos (Dieese), divulgado nesta terça-feira (26).
Na
avaliação da gerente da Unidade de Gestão Estratégica do Sebrae no Rio
Grande do Norte, Gilvanise Borba, esse desempenho se explica pela
quantidade de negócios de pequeno porte, que somam mais de 90% das
empresas do estado, e também pelas demissões ocasionadas pelas grandes e
médias corporações, sobretudo após 2010.
“Nos
últimos anos, o cenário não foi tão favorável às grandes empresas.
Fatores, como câmbio, concorrência de produtos importados, crise
financeira no mercado internacional, influenciaram as operações e muitas
empresas com pauta nas exportações tiveram que demitir. Parte desses
trabalhadores resolveu empreender e abrir novos negócios”, disse a
gerente , explicando a ampliação de vagas no setor de micro e pequenos
negócios.
Para
se ter a devida noção da importância desse segmento para a economia
norte-rio-grandense, basta saber que o saldo de empregos no ano passado
foi de 12.265 vagas – todas geradas pelas microempresas. Nas empresas de
demais portes (pequenas, médias e grandes), o saldo foi negativo, ou
seja, as demissões suplantaram as admissões no RN. “De 2010 para cá,
muitos informais torna-se empreendedores individuais, e isso de uma
forma geral pode ter também influenciado a geração de empregos”, analisa
Gilvanise Borba.
Os
dados do anuário ratificam a opinião. Entre 2001 e 2011, o total de
empregadores potiguares saltou de 41,7 mil para 45,5 mil, um acréscimo
de 3,8 mil pessoas a essa ocupação. No mesmo período, o número de
pessoas que trabalham por conta própria passou de 243,3 mil para 316,9
mil pessoas. Uma expansão de 73,6 mil novos conta própria que
representou para o período uma taxa média de crescimento anual de 2,7%.
De
acordo com estudo, em 2011, as micro e pequenas empresas foram
responsáveis por 99,1% dos estabelecimentos, 57,7% dos empregos privados
não agrícolas formais no RN e 47,4% da massa de salários. Entre 2000 e
2011, de cada R$ 100 pagos aos trabalhadores no setor privado não
agrícola, cerca de R$ 47, em média, foram pagos pelos negócios de micro e
pequeno portes.
A
remuneração média real dos empregados formais MPE cresceu 3,4% ao ano,
passando de R$ 1.019, em 2000, para R$ 1.203, em 2011. Esse resultado
foi superior tanto ao crescimento da renda média real de todos os
trabalhadores do mercado formal (2,9 % ao ano), quanto daqueles alocados
nas médias e grandes empresas (2,4% ao ano).
Setores
Em
relação aos setores de atividade, o comércio manteve-se como a atividade
com maior número de MPEs, ao responder por mais da metade do total das
MPEs potiguares. No entanto, a participação relativa do comércio caiu de
62,9% em 2000 para 55,3% do total das MPEs em 2011. Em 2011, havia 38,4
mil MPE no comércio.
Por
sua vez, o setor de Serviços não apenas se manteve como o segundo setor
mais expressivo em número de negócio de pequeno porte, como teve sua
participação elevada de 21,9% do total de MPE em 2000 para 28,4% em
2011. Nesse último ano, havia 19,7 mil MPE no setor de serviços. A
indústria manteve-se no mesmo patamar em termos de participação
relativa, de 9,7% em 2000 para 9,6% em 2011. A indústria possuía 6,7 mil
MPEs em 2011.
No
sentido inverso, o setor da construção apresentou ligeiro crescimento,
tendo sua participação relativa subido de 5,6% do total de MPE em 2000
para 6,7% do total das MPE em 2011. O setor da construção tinha 4,7 mil
estabelecimentos de MPE em 2011.
Fonte: Cidade News Itaú
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