Sem valor. Desta maneira os alunos da Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa), definiram na tarde desta quinta-feira, em protesto realizado na reitoria da faculdade, o que significou o voto dos estudantes na eleição para novo reitor, que aconteceu na última sexta-feira. Na ocasião, José de Arimatea foi eleito o novo gestor, com 48% dos votos, derrotando os candidatos Pordeus e Ricardo Leite. Entretanto, a maior porcentagem de votos de Arimatea foi proporcionada pelos professores, que possuem peso de 70%, enquanto os alunos representam apenas 15%. Os estudantes foram até a Ufersa vestidos de preto e compareceram à reitoria por volta de duas horas.
Alguns estavam com o rosto pintado de preto. "Queremos ter voz na universidade. Mesmo com a maioria, nosso voto não vale de nada, já que o peso dos professores é bem maior", comentou o estudante de Biotecnologia da Ufersa, Paulo Maia. Lucas França, de 20 anos, aluno de Engenharia de Pesca, pediu igualdade nos votos. "Não tenho nada contra o reitor. Mas o meu desejo e o dos alunos é a igualdade dos votos", ressaltou. Quem também compareceu ao protesto foi um dos candidatos derrotados na eleição, Roberto Vieira Pordeus. "É um direito do aluno. Deve ser respeitado. Defendi esse direito dos alunos, a paridade. Infelizmente não aceitaram. Apoio o movimento", disse. José de Arimatea, que venceu a eleição, explicou que a hora de fazer as queixas já passou. "Ninguém falou nada durante a campanha. Em setembro do ano passado chegou um documento do Ministério da Educação. Encaminhamos ao conselho universitário e ninguém ficou contra. Foi unanimidade. As chapas foram de acordo. Aquele era o momento de contestar", comentou. Arimatea alertou que qualquer decisão de igualdade de votos não coube a ele. "Não sou o culpado. Estão colocando nas redes sociais que a culpa é minha. A decisão não foi eu que tomei, sequer participo do conselho universitário. Da forma que fosse o processo eu participaria", finalizou.
Fonte: Jornal de Fato
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