terça-feira, 3 de janeiro de 2012

MPF-CE pede que MEC desconsidere nota de redação do Enem no SiSu

Para procurador Oscar Costa, MEC deve explicar metodologia da prova.
Procurador diz que há muitas reclamações quanto à nota da redação.

O Ministério Público Federal no Ceará apresentou nesta segunda-feira (2) pedido à Justiça Federal para que a nota de redação dos candidatos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) seja desconsiderada no SiSu (Sistema de Seleção Unificada), cujas inscrições começam no próximo dia 7 de janeiro.

O SiSu é gerenciado pelo MEC e define se a nota do candidato no Enem é suficiente ou não para que ele seja aprovado no curso escolhido. Os candidatos deverão usar o resultado do Enem 2011 para se inscrever no SiSU em 2012. De acordo com o ministério, as inscrições terão início à zero hora do dia 7 de janeiro.

Na avaliação do procurador da República Oscar Costa Filho, autor do pedido, a nota de redação e as notas das provas objetivas não poderiam ser combinadas numa mesma seleção em função das diferentes metodologias de cálculo.

As notas das provas objetivas são calculadas com base na Teoria de Resposta ao Item (TRI), que leva em consideração erros e acertos dos candidatos e o nível de dificuldade das questões. A nota da redação, de acordo com o procurador, não envolve aspectos estatísticos, tendo valor absoluto.

O novo pedido do MPF-CE está registrado em uma ação civil pública ajuizada na semana passada. Nela, o Ministério Público Federal pede que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) explicite os critérios de correção das provas objetivas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), já que, segundo o Ministério Público, há muitos candidatos questionando as notas obtidas.

O candidato Ulisses Dias tirou a nota 520, de um nota máximo de 1000, e, para ele, houve equívoca na correção da nota. “Eu nunca fiz uma redação para tirar menos 80% do total da prova. Fiz a redação do Enem e conferir pelo meu rascunho, houve erro, mas não o suficiente para perder quase metade da nota”, diz o candidato. “O maior problema não é ter errado a nota da prova, é eu não poder verificar a minha redação”, diz o aluno.

Para o procurador da República Oscar Costa Filho, a menção a uma metodologia de avaliação não dispensa a administração pública de explicitar o seu conteúdo, principalmente levando em consideração que as notas obtidas no Exame serão utilizadas no processo seletivo do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), para o preenchimento de vagas em instituições públicas de todo o País.


Fonte: G1

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