Uma
década já se passou do ousado furto ao Banco Central de Fortaleza,
capital do Ceará, descoberto no dia 8 agosto de 2005, e até hoje não se
sabe direito como tudo aconteceu, nem para onde foi todo o dinheiro
levado, uma vez que a polícia conseguiu recuperar apenas uma pequena
quantia, em relação ao volume levado pela quadrilha. Trata-se de uma
história que, por mais que se conte, sempre haverá mais a se contar,
haverá sempre novas versões.
O golpe foi ousado, planejado,
cinematográfico. Entre maio e agosto de 2005 estima-se que 36 pessoas
formaram uma quadrilha para cometer um dos maiores furtos a banco da
história. O furto ao Banco Central de Fortaleza, com objetivo, roubar um
cofre, onde continha R$ 164,7 milhões em notas danificadas, que seriam
incineradas. A escolha por esse tipo de cédulas seria para impedir o
rastreamento da série, como acontece com o dinheiro novo. O caso
completa 10 anos agora em agosto.
E o resto é história, conhecido
como o mais audacioso e ousado furto já registrado no Brasil, além de
ser o mais caro para ser elaborado, com cerca de R$ 300 mil, gastos pela
logística da quadrilha.
A ação para executar o assalto durou três meses, período esse que a quadrilha usou para escavar 80 metros de túnel, passando por baixo de uma das mais movimentadas avenidas da capital cearense, a Dom Manoel, até chegar a um dos cofres onde estava armazenado um montante de dinheiro pesando três toneladas.
A ação para executar o assalto durou três meses, período esse que a quadrilha usou para escavar 80 metros de túnel, passando por baixo de uma das mais movimentadas avenidas da capital cearense, a Dom Manoel, até chegar a um dos cofres onde estava armazenado um montante de dinheiro pesando três toneladas.
"A
maior façanha dos criminosos, além da escavação, foi se tornarem
invisíveis. Os bandidos cavaram durante três meses e ninguém viu, ouviu
ou soube de nada", explicou o jornalista Cláudio Ribeiro, do jornal O
Povo, que liderou a equipe de repórteres durante a cobertura do assalto.
Apenas R$ 30 milhões recuperados do maior furto já ocorrido no Brasil
Segundo
investigações reveladas pela Polícia Federal na época do crime, foi
através de um túnel de 80 metros de extensão que a quadrilha composta
por 36 membros teve acesso ao caixa forte do Banco Central e de lá
retirou os R$ 164,7 milhões.
Dez anos após o furto milionário,
apenas pouco mais de R$ 30 milhões foram recuperados, através de leilões
de objetos e imóveis adquiridos com a lavagem de dinheiro pelos
componentes do bando. Entre alguns imóveis sequestrados pela Justiça,
estão duas chácaras localizadas no Alto da Pelonha em Mossoró e uma
pequena quantidade em dinheiro achada enterrada na cidade de São Miguel,
no Médio Oeste potiguar.
Conforme o juiz federal no Ceará Danilo
Fontineles, que presidiu o desenrolar processual, através da sua 11ª
Vara - onde tramitaram os autos do longo processo - casas, apartamentos,
sítios, postos de combustível, salas comerciais, sobrados e até uma
chopperia haviam sido comprados pelos acusados com parte do dinheiro
furtado.
Os imóveis adquiridos pelos acusados estão situados nos
estados do Ceará, São Paulo, Paraíba, Piauí, Mato Grosso e Rio Grande do
Norte.
Já o rol dos objetos adquiridos pelos réus - e já
leiloados pela Justiça - inclui carros de passeio, caminhonetes,
motocicletas, reboques, furgões e caminhões. Também já foram levados a
leilão 147 cabeças de gado que foram encontradas em uma fazenda no
município de Alagoinhas, interior da Paraíba; e cinco cavalos e seis
burros.
"Muitas peças de joias adquiridas pelos acusados também
fazem parte do que já foi recuperado pelas autoridades e que haviam sido
comprados com o dinheiro do furto ao cofre do BC de Fortaleza",
explicou o magistrado durante um documentário levado ao ar por uma
televisão cearense.
Justiça reduz pena de assaltantes ao Banco Central cearense
A
Justiça Federal do Ceará acatou o pedido da defesa dos condenados (há
três anos) e autorizou a redução de pena, por meio de novos julgamentos,
de 21 dos principais condenados do crime, como também o pagamento de
multas foi reduzido.
Um dos casos mais polêmicos foi o de Antônio
Jussivan Alves dos Santos, o "Alemão", criminoso cearense apontado como
um dos chefes da quadrilha. Ele tinha sido sentenciado em 2008 a 49 anos
e dois meses de prisão, mas teve a condenação alterada em segunda
instância do Judiciário, e a pena definitiva caiu para 35 anos e 10
meses de cadeia.
RÉUS
Outro que teve a sentença modificada pela Justiça foi o bandido, também cearense, Marcos Rogério Machado de Morais, o "Rogério Bocão", atualmente foragido. Sua pena caiu para 35 anos e 10 meses de prisão. A primeira foi de 49 anos.
Outro que teve a sentença modificada pela Justiça foi o bandido, também cearense, Marcos Rogério Machado de Morais, o "Rogério Bocão", atualmente foragido. Sua pena caiu para 35 anos e 10 meses de prisão. A primeira foi de 49 anos.
Já
o paulista Jean Ricardo Galian, tido como pertencente ao PCC, havia
sido condenado a 40 anos e seis meses. Agora, a pena ficou reduzida a
oito anos e seis meses.
"O assalto rendeu 28 ações penais,
envolvendo 133 réus, com 94 condenações e 16 absolvições, com dois
processos em outros estados por lavagem de dinheiro", concluiu o juiz
federal Danilo Fontineles.
Fonte: Mossoró Hoje
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