A defesa da advogada Cleidmar de Oliveira Dantas - acusada de ter matado o marido a tiros em dezembro de 2013, em Pau dos Ferros, na região Oeste do Rio Grande do Norte, afirmou que já está comprovado no processo que ela 'teve um surto psicótico após um violento estresse emocional' que culminou no crime. “Ela e o marido tiveram uma grande discussão por causa de supostas traições dele e há laudos de psiquiatras que atestam que ela teve um surto psicótico no dia do fato”, disse Flaviano Gama, advogado da acusada. Nesta terça-feira (28), o Tribunal de Justiça do RN concedeu o alvará de soltura da advogada que estava presa desde o dia do crime.
O advogado Flaviano Gama explicou que o pleno do Tribunal de Justiça entendeu que os motivos alegados pelo juiz de primeira instância para manter a advogada presa preventivamente não são suficientes para a manutenção da detenção. “O juiz alegou que ela deveria permanecer presa por causa da gravidade do crime e da repercussão social do caso, mas essas não são circunstâncias suficientes para manter nenhuma pessoa presa”, disse o advogado.
O pleno do TJ concedeu o alvará de soltura à advogada mediante algumas condições. A advogada terá que comparecer ao juízo mensalmente, não poderá se ausentar da comarca e terá que apresentar de dois em dois meses um laudo que ateste que ela continua em acompanhamento psicológico e psiquiátrico.
Na última quarta-feira (22), o juiz Rivaldo Pereira Neto acatou a denúncia contra a advogada. Na decisão, o magistrado afirma que existem "fortes indícios" de que o crime foi cometido pela advogada.
Cleidimar de Oliveira foi presa logo após o crime e encaminhada para uma clínica psiquiátrica de Pau dos Ferros. No dia 8 de janeiro, o juiz Rivaldo Pereira Neto, também da Vara Criminal de Pau dos Ferros, determinou a transferência da advogada para o alojamento feminino da Academia da Polícia Militar, onde permanecia presa até esta terça-feira (28).
O crime
O crime aconteceu no início da manhã do dia 18 de dezembro. A vítima, marido de Cleidimar e também advogado Lafaiete Dantas Júnior, foi morto com cinco tiros dentro do escritório do casal. Vizinhos escutaram os disparos e chamaram a polícia. Quando os agentes chegaram ao prédio foi preciso derrubar a porta do escritório. “A advogada estava em choque, caída no chão ao lado do corpo do marido, mas ainda com a arma na mão. Lá mesmo ela recebeu voz de prisão e depois a levamos à delegacia. Ela foi medicada e permanece dopada”, informou o delegado Inácio Rodrigues na época do assassinato.
Fonte: G1
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