Conhecendo o Poeta e escrito Huri Hícaro e um pouco da suas poesia e do seu livro" Um Canto Conforme a Noite" o Jovem que da cidade de Pau dos Ferros tem levado seu poemas a todos lugar do Estado RN .
“Um Canto Conforme a Noite” começou quando eu descobri que não tinha jeito para a música (risos). Na verdade, eu já escrevia em prosa, mas a poesia me veio como uma força sobrenatural mais forte do que eu, como se o meu espírito já estivesse esperando um momento para jorrar minha poesia, então numa noite de Maio de 2005, entorpecido pela poética de autores como Augusto dos Anjos, Alvares de Azevedo e Edgar Allan Poe, eu escrevi o meu primeiro poema, e o primeiro esboço daquilo que mais tarde veio a ser o meu livro de estreia, “Um Canto Conforme a Noite”. Em Novembro de 2007 foi concebida concluída a obra com todo o texto reunido, com ideias e temáticas já trabalhadas, com formato planejado. Havia, no entanto, a ausência da capa e do prefácio. Este foi escrito em 2008 pela Prof. Iandra Fernandes, divisor de águas na minha vida enquanto autor, como condutora para o horizonte da vida literária. A partir de então é que começa a travessia de um autor em luta renhida para publicar sua primeira obra. Foram dores existenciais devido sentimentos de frustração. Era-me inalcançável a publicação. Quando em 2010 surge o Edital da Coleção Literatura Potiguar, lançado pela Fundação José Augusto, que beneficiaria trinta autores potiguares com o lançamento de seus livros. Não perdi tempo, escrevi um projeto e me inscrevi, o projeto voltou para ser readequado de acordo com as normas. Meti a cara nele e me inscrevi novamente, no dia limite das inscrições. Apenas em Junho de 2012 telefonaram-me para me parabenizar, pois meu projeto havia sido contemplado pelo edital. Depois disso, foi mais um ano de reorganização do livro de acordo com o modelo que me pediram, um período nostálgico, revivendo minha obra, surpreso pela metamorfose que houve nos meus versos entre os anos de 2005 a 2013.
“Um Canto Conforme a Noite”, como o próprio título sugere, é de forte apelo dramático, onde paira a atmosfera do “Mal-do-Século”; tendo a morte como pano de fundo, suas temáticas mais frequentes são o silêncio mórbido, a dor e o pessimismo. Numa tentativa de introduzir o antagonismo de Luz e Sombra, comum no Barroco, nos meus versos quase sempre livre e brancos, eu dividi a obra em três momentos que representam uma noite boêmia, “embriaguez” onde o decadentismo e a tortura existencial se manifestam em maior grandeza, “pesadelo” onde eu faço mais trabalhos experimentais no sentido estético, mas sem fugir, naturalmente, da temática da solidão e do descontentamento, e por fim “renascimento”, onde os poemas vão tentar vencer a decadência, onde a luz vai se sobressair às trevas, e a lucidez à loucura da embriaguez. Enfim, trata-se de um trabalho de arte, quase sem força ideológica, salve os poemas “Um Brado Manifesto” e “Dantesc’Azia”.
DANTESC’AZIA
Como mentem deliberadamente
Tais máquinas contemporâneas,
Tais homens inconseqüentes,
Oh! Como mentem, como mentem
Esmolam-se discursos negligentes,
Óleo negro de torneiras
Escorre... Sobre leitos,
Sobre o peito de crianças,
De indigentes.
Sucumbem conteúdos, peles,
Sentimentos...
Ao meio de esgotos, aracnídeos,
Teias de podre existência,
Gritos lentos,
Humanóides,
Liberal mentira de máquina cardíaca...
Azia, dantesca azia,
Liberais mentiras de máquinas cardíacas!
Enviado ao nosso portal pelo blog Informação e Interação
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