sábado, 28 de dezembro de 2013

Reclamando atraso de 5 meses, HWR ameaça fechar leitos de UTI pediatrica em Mossoró

Do Blog de César Santos
O Hospital Wilson Rosado está prestes a suspender o atendimento nos 10 leitos de UTI pediátrica, devido à falta de pagamento dos serviços por parte da Prefeitura de Mossoró. O atraso é de cinco meses, com uma dívida acumulada de R$ 1,5 milhão, somando o débito das unidades pediátricas e adultas.
O hospital tem, até aqui, custeado as despesas, que são altas, e esperando pela disponibilidade de recursos da Municipalidade. Só com os leitos da UTI pediátrica, o custo chega a R$ 130 mil/mês, somando despesas com medicamentos, exames (raios-X, ressonância, tomografia), laboratório, oxigênio e manutenção de equipamentos.

Como o volume da dívida só tem crescido, o hospital não tem como continuar custeando, restando, portanto, a decisão de suspender o atendimento.
A coluna procurou manter contato com o diretor do Wilson Rosado, cardiologista Bernardo Rosado, mas não foi possível. No entanto, a notícia está confirmada.
Se a Prefeitura não quitar a dívida, os serviços estarão suspensos.
Essa é, sem dúvida, uma péssima notícia, dada a importância e a necessidade do serviço pediátrico na saúde pública de Mossoró e região.
Agora, um fato chama a atenção: na hora que a Prefeitura deixa de honrar seu compromisso com o Hospital Wilson Rosado, colocando sob risco a vida de dezenas de crianças, o prefeito interino Francisco José da Silveira Júnior (PSD) anuncia a abertura da Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do bairro Belo Horizonte (zona sul).
No mínimo, um desequilíbrio administrativo que precisa ser revisto.
Ora, se existe disponibilidade de recursos para custear uma UPA, que tem despesa mensal em torno de R$ 1 milhão, por que não mantém em dia o pagamento do serviço de UTI pediátrica?
Talvez, e provavelmente, essa posição do prefeito interino tenha provocado o descrédito da Prefeitura junto ao Hospital Wilson Rosado.
Não é que a UPA não tenha a sua importância; tem sim, e é de extrema necessidade. No entanto, não é possível – nem aceitável – abrir novo serviço e deixar paralisar um atendimento indispensável.
Esse problema, que deve ser visto com responsabilidade pelas autoridades envolvidas, é o retrato da insegurança administrativa que a cidade enfrenta, consequência do troca-troca de prefeito.
Em dois meses, o Palácio da Resistência teve seis mudanças de comando, entre a prefeita afastada Cláudia Regina (DEM), Silveira Júnior, e o presidente da Câmara interino Alex Moacir (PMDB).
As consequências estão surgindo, com a fatura direta para a população carente, aquele que necessita do serviço público.

Fonte: Jornal de Fato 

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