quinta-feira, 26 de julho de 2012

Sindicato orienta que professores em greve rejeitem proposta do governo


Para Andes, "nova proposta não mudou na essência."
MEC informou que atendeu às principais reivindicações e fortalece a carreira.

O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) vai indicar que os professores em greve não aceitem a proposta de reajuste nos salários feita por representantes dos Ministérios da Educação e do Planejamento na terça-feira (24). A greve dura quase dois meses e atinge 57 das 59 universidades federais.
Segundo o diretor do Andes e professor da Universidade Federal da Paraíba, Josevaldo Cunha, haverá assembleias locais entre esta quinta-feira (26) até segunda (30). Na segunda à noite, o Comando Nacional de Greve vai sistematizar os resultados para apresentar ao governo.
Ainda, de acordo com Cunha, a orientação do sindicato é para que a categoria rejeite a proposta, porém a decisão é individual. "A nova proposta não difere na essência da que foi apresentada no dia 13 (de julho) e não há uma reestruturação da carreira, mas as bases são autônomas para decidir. Pode ser que venham outras sugestões."
Em nota, o Andes informou que "em sua essência, o texto mantém a desestruturação da carreira docente, pois propõe pequenas mudanças relativas à promoção na carreira docente e às tabelas salariais correspondentes. A expectativa, no entanto, era que o governo absorvesse as críticas feitas pelo Comando Nacional de Greve à proposta anterior e apresentasse nova proposta que, de fato, atendesse às nossas reivindicações."
Pela nova proposta, o reajuste mínimo passaria de 12% para 25%; o máximo, para professores com titulação maior e em dedicação exclusiva, permaneceria em 40%, além dos 4% já concedidos pelo governo numa medida provisória.
Dois meses de greve: em 15/05, professores da UFPB aprovaram a adesão à greve a partir de 17/05; em 28/06, docentes da UFMT foram às ruas em protesto; em 13/07, a ministra Miriam Belchior e o ministro Aloizio Mercadante apresentaram nova proposta às entid (Foto: Adufpb/G1/Valter Campanato/ABr)







Dois meses de greve: em 15/05, professores da UFPB aprovaram a adesão à greve a partir de 17/05; em 28/06, docentes da UFMT foram às ruas em protesto; em 13/07, a ministra Miriam Belchior e o ministro Aloizio Mercadante apresentaram nova proposta às entid (Foto: Adufpb/G1/Valter Campanato/ABr)

O aumento seria dado já a partir de março de 2013, e não mais no segundo semestre do ano que vem. O custo total, para os próximos três anos, seria de R$ 4,2 bilhões, em vez de R$ 3,9 bilhões, como previsto na proposta anterior, rejeitada pelos professores.
O Ministério da Educação informou, em nota, que "reitera que atendeu às reivindicações principais das representações sindicais dos professores das universidades e institutos federais. Disponibilizou cerca de R$ 4,2 bilhões para a reestruturação da carreira docente, com o objetivo de valorizar a titulação e a dedicação exclusiva." Ainda, segundo o texto divulgado pelo MEC, o objetivo é fortalecer a carreira. “O que buscamos é valorizar a docência e apontar para um ensino superior mais atuante, republicano e de qualidade", diz o professor Amaro Lins, ex-reitor da UFPE e atual secretário de Ensino Superior do Ministério da Educação, no texto.

FONTE: G1

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