quinta-feira, 21 de julho de 2011

Sem ganhos reais, professores voltam à sala de aula


Após realizarem a maior greve do Rio Grande do Norte, os professores da rede de educação básica do Estado, que integram o Sindicato dos Trabalhadores em Educação (SINTE) de Natal encerraram o movimento paredista ontem, 20 de julho.

A decisão foi tomada, inicialmente, ontem à tarde, durante uma assembleia, bastante concorrida, realizada na Escola Winston Churchill. Em Mossoró, a categoria ratificou, pela grande maioria dos votos, a decisão tomada na capital.

O movimento paredista chega ao fim após 84 dias de sua deflagração, várias tentativas de negociação e sem ganhos consideráveis. “Voltamos não por negociação, mas pela posição autoritária do governo”, afirmou o coordenador regional do Sinte, Rômulo Arnaud.

As assembleias foram realizadas após uma audiência com o secretário chefe da Casa Civil, Paulo de Tarso, que não trouxe o resultado pleiteado pelos professores. “Na verdade, foi desastrosa. Foi uma paulada na cabeça da categoria”, diz Rômulo Arnaud.

Ele considera que houve falta de respeito por parte do Governo do Estado e explica que, para iniciar, os advogados da categoria, juntamente com os deputados Fátima Bezerra e Paulo Davim, que estavam tentando intermediar as negociações, foram barrados na entrada da audiência. Só a direção do Sinte pôde participar.

O anúncio do encontro, como lembra Rômulo, havia gerado expectativa na categoria e na imprensa. “O pior foi a expectativa que o governo gerou de segunda-feira para cá”, ressalta.

De acordo com Rômulo Arnaud, a proposta apresentada foi de que, até dezembro, será realizada uma nova revisão do Plano de Carreiras do Magistério, diferentemente do que a categoria reivindicava, que era o envio do plano que já está pronto para a Assembleia Legislativa.

Além disso, para o valor da tabela sugerido pelos professores, equivalente a R$ 1.530,00 para o nível médio, o governo disse que não tinha condições e descartou a possibilidade. Assim, continua valendo o valor de R$ 890,00.  Já o escalonamento do reajuste será realizado a partir de setembro e não em julho, como reivindicavam os docentes.

“A sensação é de frustração, de decepção, de falta de compromisso do governo do RN”, menciona Rômulo Arnaud. Diante disso, a reação dos professores foi condizente com o sentimento. “Choro, indignação, muita decepção”, complementa.
 
As aulas serão retomadas hoje, e a categoria ainda tem que se preocupar com as punições que haviam sido estipuladas. “Ainda foi dito que as punições continuarão”, acrescenta. “Será desastrosa a volta desses professores para a sala de aula”, finaliza o coordenador do Sinte, ciente de que não houve ganhos para a educação.


 Fonte: GAZETA DO OESTE

 

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