O
prefeito do Venha Ver-RN, Expedito Salviano, retomou em sua fala os discursos
acalorados no III Encontro de Prefeitos da Região Oeste, ocorrido na
sexta-feira, 17 de julho de 2015, no município de Itaú-RN, reunindo 27
prefeitos.
O
prefeito aguardava ansioso a sua vez no debate para despejar suas insatisfações
com as coisas que vem acontecendo no município de Venha Ver em relação à
segurança pública e a saúde.
Expedito
já começou dizendo estar em um poço profundo, embora o Presidente da FEMURN,
Francisco José Júnior, pedir para que os prefeitos apontassem propostas para a
região, Expedito fugiu do protocolo e preferiu apontar “as vergonhas” que estão
acontecendo, quando disse ser muito feio uma cidade pequena com quatro ou cinco
policiais e são obrigados a prestarem serviços em outro município, deixando a
cidade desprotegida, pedindo a ajuda do comandante para resolver o problema.
“Eu
queria que o nosso companheiro comandante do destacamento lá de Pau dos Ferros
nos ajudasse numa coisa: É muito feio uma cidade pequena como a minha de
tríplice fronteira, eu estou ligado com a Paraíba de um lado, Ceará do outro,
eu tenho quatro ou cinco policiais e são obrigados a ir para São Miguel à
noite. Se você chegar no Venha Ver depois de seis hora da noite você não tem a
quem dar bom dia na delegacia, porque quem está de plantão, vai para São
Miguel, desfilar em São Miguel, deixando as cidades pequenas sem ninguém. Eu
queria que o nosso companheiro Cavalcante visse isso, nos ajudasse. Eu já falei
pessoalmente com ele uma vez, e agora estou dizendo para que nosso
subcomandante ai, possa nos ajudar nisso”.
Expedito
não criticou apenas a falta de segurança quando a cidade fica desassistida, mas
também a falta de suporte para o bom trabalho dos polícias como viaturas de
péssima qualidade, onde cidades vizinhas no estado do Ceará, a pouco mais de 14
km possuem carros adequados, do tipo Hilux para dar suporte aos policiais no
pequeno distrito de Pedrinhas de Icó está disponível a todo o momento com
policiais cuidando da população.
“Outra
coisa ruim na segurança pra nós! É uma viatura de péssima qualidade, com duzentos
anos de vida, a prefeitura bancando as peças, a gasolina vem botar em Pau dos
Ferros, é trinta litrinhos de gasolina, já chega lá só a metade, 15 já comeu no
caminho. Uma viagem que vai para São Miguel já ficamos nós abastecendo a
viatura lá no município, com os poucos recursos que temos. Outra coisa, é um
encaminhamento, pelo menos eu sinto muito isso, tenho inveja de ir a Poço
Dantas na Paraíba, 14 km do Venha Ver e ver uma viatura bonita da SAMU. Chego
em Pedrinhas um distrito de Icó, uma viatura da polícia, uma Hilux estacionada
lá, e quando a gente precisa, liga pra eles e eles vem nos ajudar. Pedrinhas um
distrito de Icó com uma viatura e três policiais a todo momento lá para servir
aquela pequena comunidade, e nós nesse sufoco todinho” desabafou Expedito.
O
prefeito falou também da falta de ambulâncias do SAMU, trazendo mais uma vez
referência o vizinho Estado da Paraíba ao dizer que sente inveja, pois na
região as ambulâncias disponíveis são somente para atender Pau dos Ferros as de
Pau dos Ferros e as de Mossoró apenas Mossoró, e quando a necessidade esses
veículos não dão suporte aos demais municípios, citando o exemplo um caso que
precisou de uma viatura do SAMU para transferir um paciente para a capital, nem
Pau dos Ferros nem Mossoró podiam fornecer seus veículos para o transporte,
resultando no falecimento do paciente.
“Mas,
o que eu queria dizer dos vizinhos é uma viatura do SAMU, nós não temos o SAMU
em São Miguel, Coronel, Venha Ver, tem uma em Pau dos Ferros e agora já mim
disseram que não atende mais as cidades, só Pau dos Ferros, como as de Mossoró
só querem atender agora Mossoró. Digo por que liguei para o meu companheiro
prefeito pedindo uma ambulância UTI para levar um paciente de Mossoró para
Natal não pôde arrumar e o paciente infelizmente veio a óbito, porque eu não
tive uma ambulância na região todinha para o conduzi-lo até Natal” lamentou
Expedito Salviano.
Salviano
falou também em relação às más condições que o ITEP do RN vem trabalhando, a
falta de pessoal e o descompromisso dos funcionários deixou o município de
Venha Ver em uma situação de constrangimento, quando uma cidadão cometeu
suicídio por enforcamento, passou de três horas da madrugada até as sete horas
da noite, para o ITEP fazer o recolhimento, sendo necessário cobrir com lonas o
corpo do cidadão para que as crianças que passavam para a escola não vissem
aquela sena forte.
“O
ITEP é outra vergonha nossa! A Região de Pau dos Ferros com 50 municípios,
morre uma pessoa de acidente, ou por fraqueza, bota uma corda no pescoço. Nós
já passamos de três horas da madrugada as sete da noite com um cidadão
pendurado, enrolamos com uma lona para os estudantes que era muito próximo lá,
a uma creche para os alunos não verem uma cena daquela. Quem estava de plantão
disse: Olha é quatro horas da manhã eu vou deixar para o que assume as sete
fazer o percurso. Ai quem assumiu de sete disse: Eu não vou não! Foi do outro
lá, o outro era quem tinha obrigação de ir. E ficamos ligando para Natal viemos
resolver sete horas da noite” desabafou Expedito.
Para
o gestor o que falta são pequenas coisas para resolver os problemas de
segurança e saúde, pois na manhã desta sexta-feira (17) antes de sair para o
encontro dos prefeitos teve que fazer um kit de gazes e esparadrapos para enviar
ao Hospital Walfredo Gurgel, para um paciente internado no hospital, se
dirigindo ao Secretário Adjunto Estadual de Saúde, Haroldo, dizendo ser uma
vergonha para um hospital do porte do Walfredo.
As críticas não foram somente ao Secretário
Adjunto de Saúde, Expedito Salviano chamou a atenção do Presidente da FEMURN
para dar uma olhada melhor para a FEMURN, pois está sentindo que hoje há duas
FEMURN, a FEMURN da elite e a FEMURN da pobreza, onde não pode acontecer isso
em uma instituições que é de apoio aos prefeitos e aos municípios.
Salviano
sugeriu que as viaturas se deslocassem a noite de uma cidade para outra para
dar mais segurança as pessoas que trafegam pelas BR’s como uma ronda de
estradas, ideia essa aplaudida pelos colegas.
O
Presidente da FEMURN justificou a negação da ambulância do SAMU disse que
Mossoró recebe recursos para 280 mil habitantes e atende um milhão de pessoas,
e quando o prefeito solicitou a ambulância a cidade dispunha apenas de quatro
viaturas, onde Mossoró possuem 80 bairros para serem atendidos, pois não era
obrigação de Mossoró.
“Nós
agradecemos e dizer ao prefeito (Expedito) como foi citado Mossoró. Mossoró
recebe recursos para 280 mil habitantes, nós atendemos um milhão de pessoas.
Quando vossa excelência pediu essa ambulância, Mossoró só tinha quatro
ambulâncias para atender. Mossoró são 80 bairros, 130 comunidades rurais. Se eu
atendesse, não é obrigação de Mossoró e sim do Estado, se eu tirasse uma
ambulância do SAMU de Mossoró para atender esse paciente eu ia... então deveria
ter ambulância no Hospital Regional Tarcisio Maia, que não tinha, então assim,
eu não acho justo você vir aqui mim culpar de uma coisa que eu não tenho culpa,
isso é do Estado, não é da prefeitura. Mas só para deixar claro, a
responsabilidade de Mossoró é para atender Mossoró, não para atender sua
cidade, quem é para atender sua cidade é o Estado. Então deixar bem claro isso,
nós só temos quatro naquele momento”. Explicou Francisco José Júnior.
O
presidente aproveitou também para se defender em relação a acusação da FMEURN
dos ricos e dos pobres, dizendo que em seis meses tem dado vez aos prefeitos,
discordando com as palavras de Expedito Salviano.
“E
sobre a questão da FEMURN, não sei qual foi o funcionário que falou isso,
Expedito, você é meu amigo, tem meu telefone, me diga o que aconteceu, porque a
FEMURN nunca teve isso, seis meses nós estamos em três gestões diferentes dando
voz a vocês, saindo dos gabinetes da FEMURN e vindo para a região de vocês,
isso nunca houve não Expedito. Então vamos também desarmar essa questão de
palanque porque nunca foi feito isso, que está havendo aqui, prefeitos,
secretários, secretário de estado, polícia, vereadores falando aqui, dando vez
e voz, nunca houve isso. Não sei se havia de quatro funcionários que você
falou, falou isso, isso não existe, se isso existisse eu estava lá em Natal, eu
não estava vindo aqui no interior para escutar vocês não” se defendeu Silveira
Júnior.
Ao
ouvir a resposta do Presidente o Vereador Jailson Brito questiona o gestor:
“Prefeito,
quando uma pessoa da região de Mossoró sofre um acidente na nossa região, no
caso, nós vamos ter que esperar que a ambulância de Mossoró venha buscar? No
caso Itaú não tem nada há ver?” indagou Jailson.
“Não
meu amigo, a questão é assim: Mossoró faz partos, faz cirurgias, agora a
ambulância da cidade de Mossoró, nós só temos quatro, para uma cidade daquele
tamanho, uma para cada região. Se eu tirar de Mossoró para levar para Natal,
que lá já está cheio, quem é pra levar é o Governo do Estado, e ai o pleito já
fica aqui para Haroldo fortalecer, trazer uma situação do Estado. Eu não posso
dar a ambulância do meu município para levar de outro. Porque se não eu vou ser
penalizado” disse Francisco José Júnior.
O
Secretário Adjunto do Estado da Saúde se disse surpreso com quando Expedito
disse que enviou medicamentos ao Walfredo Gurgel
“Eu
não queria falar de coisas passadas, mas com relação... alguém falou aqui que
estão mandando esparadrapo e gases para o Walfredo Gurgel, eu fico muito
surpreso com isso, porque isso é uma coisa vencida, não existe mais
desabastecimento. Eu peço... eu vou lhe dar o telefone da diretora do hospital
para que se comunique com ela, quando alguém lhe pedir isso, porque não há
informação de desabastecimento no hospital Walfredo Gurgel e nenhum outro
hospital neste atual momento. Houve! Houve, porque nós encontramos a secretaria
com ninguém querendo vender. Não se queria vender na secretaria de saúde.
Tivemos licitações desertas, pregões vazios, não tinha, não tinha quem quisesse
vender. Hoje nós estamos sendo procurados para comprar. Porque readquirimos a
credibilidade e começamos a pagar o que estava atrasado e estamos pagando em
dia os compromissos assumidos. Então é de assustar essa informação” concluiu
Haroldo Azevedo.
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