A
polícia de São Paulo informou, nesta terça-feira (7), que identificou
um adolescente de 15 anos suspeito de ter publicado agressões racistas
na internet contra a jornalista Maria Júlia Coutinho.
Segundo reportagem do Jornal
Nacional,
o autor dos ataques criminosos mora em Carapicuíba, na Grande São
Paulo. Ele foi ouvido pela polícia na segunda (6) e liberado.
O
adolescente vai responder por ato infracional e pode sofrer alguma
medida socioeducativa. A polícia está tentando identificar outros
envolvidos na divulgação de ofensas à jornalista.
Segundo
a Secretaria da Segurança Pública (SSP), a Delegacia de Crimes Raciais e
Delitos de Intolerância (Decradi), do Departamento Estadual de
Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), instaurou inquérito policial.
Para
chegar ao jovem, policiais rastrearam as imagens com as mensagens
ofensivas e fizeram buscas nas redes sociais para identificar as páginas
dos envolvidos. O Decradi também solicitou dados cadastrais e números
de IPs ao Facebook.
Além
da investigação da Polícia Civil, o Ministério Público paulista também
vai apurar o caso. O promotor Christiano Jorge dos Santos abriu um
procedimento investigativo para apurar dois possíveis crimes: injúria ou
racismo. A investigação terá como base os prints dos comentários
racistas feitos nas redes sociais.
No
Rio, por meio da Coordenadoria de Direitos Humanos, o Ministério Público
fluminense solicitou à Promotoria de Investigação Penal que acompanhe o
caso, com rigor, junto à Delegacia de Repressão a Crimes de Informática
(DRCI).
Injúria
O
crime de injúria está previsto no artigo 140 do Código Penal e consiste
em ofender a dignidade ou o decoro de alguém “na utilização de elementos
referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa
idosa ou portadora de deficiência”.
A pena
pode chegar a três anos de reclusão. Se o promotor entender que houve
racismo, os acusados podem responder pelos crimes previstos na Lei
7.716, de 1989.
Há
várias penas possíveis para racismo, entre elas prisão e multa. O crime
de racismo não prescreve e também não tem direito à fiança.
Comentários racistas
A
produção do telejornal publicou no Facebook, na noite de quinta-feira
(2), uma foto da apresentadora diante do painel da meteorologia, com um
link sobre a previsão do tempo para sexta (3).
Desde
então, diversas mensagens ofensivas e de conteúdo racista têm sido
direcionadas à jornalista nos comentários do post. Em outros
comentários, algumas pessoas saem em defesa de Maria Júlia.
No Twitter, Maju respondeu um comentário agressivo de um internauta. Ela deu um reply e escreveu apenas: "Beijinho no ombro".
William
Bonner e Renata Vasconcellos publicaram um vídeo no Facebook em que dão
um recado, com a equipe do JN. Eles mostraram um cartaz e gritaram
"somos todos Maju". No Twitter, a hashtag #SomosTodosMajuCoutinho chegou
ao topo dos tópicos mais comentados.
Em
dezembro, Maju passou a informar a previsão do tempo no Hora 1, mas de
uma forma diferente, mais conversada, como se estivesse na sala do
espectador. Desde 27 de abril, está no Jornal Nacional.
Maria Júlia Coutinho, a Maju, em participação no programa 'Altas Horas' (Foto: Globo/Reinaldo Marques)
Fonte: G1 via Cidade News
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