quarta-feira, 1 de julho de 2015

Polícia conclui inquérito e indicia 3 por vídeos do corpo de Cristiano Araújo

Do G1 GO
Cristiano Araújo no Forró do Rico Liso, em Camaçari, região metropolitana de Salvador, no domingo (21) (Foto: Flaney Ribeiro/Divulgação) 
Cantor morreu em acidente de carro
em Goiás (Foto: Flaney Ribeiro/Divulgação)
A Polícia Civil concluiu nesta quarta-feira (1º) o inquérito que investiga o vazamento de fotos e vídeos do corpo do cantor Cristiano Araújo, de 29 anos, que morreu em um acidente de carro na BR-153, em Goiás. De acordo com o delegado Eli José de Oliveira, responsável pelo caso, três pessoas foram indiciadas pelo crime de vilipêndio de cadáver (desrespeito ao corpo) e, se condenadas, podem pegar de 1 a 3 anos de prisão.

“As investigações comprovaram a participação efetiva dessas três pessoas no caso, por isso já concluímos o inquérito. No entanto, os celulares delas e de outros dois suspeitos, que foram apreendidos, passam por uma perícia. Caso seja comprovado que elas enviaram essas imagens a outros, elas também poderão responder pelo mesmo crime”, explicou o delegado ao G1.
Os indiciados são os técnicos em tanatopraxia (procedimento de retirada dos fluídos do corpo para o enterro) Marco Antônio Ramos, de 41 anos, e Márcia Valéria dos Santos, de 39, ex-funcionários da Clínica Oeste, além do estudante de enfermagem Leandro Almeida Martins, de 24.
  
Em nota, a clínica afirmou que repudia a ação dos empregados, que foram demitidos por justa causa. "A Clínica Oeste existe há quatro anos e reitera seu compromisso com a ética, a transparência, o zelo pela prestação do serviço e o respeito às famílias, e se solidariza com todos os que, como ela, repudiam tal ato", destacou o texto.

Segundo as investigações, Márcia foi quem gravou o momento em que o corpo do cantor era preparado por Marco, indiciado pelo fato de não ter impedido a colega. Em seguida, a mulher enviou o vídeo a Leandro, que estuda na mesma universidade que ela. O jovem, por sua vez, repassou o material para duas tias, de 39 e 40 anos.
De acordo com o delegado, as tias não foram indiciadas até o momento, pois alegam que ficaram horrorizadas e excluíram o arquivo antes que terminassem de ver. “Por isso a perícia no celular delas vai confirmar essa versão de que não enviaram a gravação, que foi feita de forma desrespeitosa e humilhante. Se algo for comprovado, mesmo após a conclusão do inquérito, elas poderão ser indiciadas”, disse.
Oliveira ressaltou, ainda, que não há uma data para que essa perícia seja concluída. Quanto ao inquérito, ele informou que ele será encaminhado ao Poder Judiciário ainda nesta tarde.
Suspeitos de vazar vídeo do corpo de Cristiano Araújo têm celulares apreendidos em Goiás (Foto: Reprodução/TV Anhanguera) 
Polícia apreendeu celulares de envolvidos
para perícia (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
 
Exclusão da web
Com base em denúncias de internautas, o site de buscas Google informou que já começou a remover os vídeos que mostram a preparação para o velório do corpo do cantor.  A Justiça determinou a retirada de todas as fotos e vídeos do corpo do cantor tanto do Google quanto do Facebook.
O site de buscas informou por meio de nota, enviada no último dia 29, que já foi notificado, mas diz ser “necessário que qualquer ordem judicial para remoção de conteúdo especifique as URLs [endereços das páginas] dos conteúdos a serem removidos".

O comunicado adiantou ainda que algumas imagens do caso já foram excluídas. "Em paralelo, o Google já removeu diversos vídeos do caso em questão que foram indicados por usuários como violações dos termos de uso e das políticas do YouTube", disse.

A assessoria do Tribunal de Justiça de Goiás explicou que, para questionar a decisão, o departamento jurídico do Google precisa interpor um recurso. Dessa forma, no segundo grau, seria analisada a justificativa da empresa, quanto a necessidade da especificação dos links a serem removidos.

O G1 tentou novo contato com a assessoria na manhã desta quarta-feira (1º) para saber se houve o recurso, mas as ligações não foram atendidas até a publicação desta reportagem.

Já o Facebook afirmou que não comenta casos específicos.
 
Fonte: G1 

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