A
situação de extrema pobreza de uma família da cidade de Alagoa Grande,
localizada no Brejo paraibano, comoveu muitas pessoas solidárias que já
doaram quilos e mais quilos de alimentos a mãe e seus nove filhos. A
história das crianças que caçam roedores para complementar a alimentação
chamou a atenção de vários estados e pessoas de Pernambuco e Rio Grande
do Norte estiveram na comunidade Barreiras, no Sítio Tambor, para doar
alimentos e roupas à família.
Ao menos essa semana, a rotina das crianças saírem
sempre no fim da tarde, para caçar o ‘rato de Junco’ foi quebrada. Hoje
eles contam com uma mesa farta e muita comida estocada dentro da
residência que também está quase caindo.
Dois empresários de Recife-PE entraram em contato informando que neste
sábado e domingo estarão na Paraíba apenas para doar cerca de 50 cestas
básicas não só para essa família, mas, também para as outras famílias
que residem na localidade. “Todo domingo coloco cerca de 40 cestas
básicas na minha caminhonete e saio para doar em alguma comunidade, a
história dessa família me comoveu e estarei aí doando esse alimento e
ajuda no que mais for necessário”, disse um dos empresários.
De acordo com o blogueiro Júlio Araújo, que produziu a matéria, as
doações não param de chegar e a família está emocionada com tanta
comida. A mãe das crianças se chorou ao ver as doações chegando.
O registro da situação calamitosa dessa família que é comandada por uma
mãe de nove filhos, foi publicado no site Portal AG1. Onde Júlio Araújo
flagrou um grupo de crianças saindo de um matagal com os animais já
prontos para o consumo.
“Eu fui até a casa da família para fazer uma reportagem sobre um homem
que tinha morrido na comunidade. Quando estava iniciando a matéria, vi
as crianças saindo do mato com os animais e todos tratados. Perguntei
para qual a finalidade dos animais e eles foram enfáticos: para comer.
Fiquei chocado com a situação de pobreza da família”, relatou, com um
tom de emoção.
O imóvel onde a família mora ainda é feito de barro. A casa de poucos
cômodos não possui rede de esgoto, a instalação elétrica é feita com
gambiarras e não há higiene. Para matar a sede, os garotos pegam água de
um açude próximo onde não há tratamento adequado para o consumo.
Apesar da maioria dos moradores da comunidade ter acesso ao programa
Bolsa Família, eles – que sobrevivem com cerca de R$ 240 – afirmam que o
dinheiro que recebem não dá para comprar a “mistura” para complementar o
almoço e o jantar, e acabam saindo à caça de ratos para suprir a falta
de carne nas refeições.
O homem que foi encontrado morto, de acordo com o registro feito na
delegacia local, era o chefe da família citada na reportagem e teria
cometido o suicídio porque devia R$ 150 a um comerciante na compra de
uma cesta básica para alimentação dos filhos. Como não tinha condição
financeira para quitar o débito, resolveu tirar a própria vida.
Fonte: Blog do Canindé Silva via Márcio Melo
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