O
novo ministro da Educação, Cid Gomes, quer adotar uma prova on-line no
Enem e ressuscitar um projeto do governo federal de aplicar mais de um
exame a cada ano.
"Vou
levar a proposta à presidente Dilma", disse ele à Folha, em referência
às mudanças no exame para ingresso no ensino superior e que tem a
participação de mais de 6 milhões de estudantes.
A
ideia é acabar com a aplicação da prova num único fim de semana, criando
uma janela de dias em que os alunos poderiam ir a locais credenciados
para fazer o Enem.
A
prova deixaria de ser em papel e passaria a ser respondida em terminais
de computadores, nos quais estariam disponíveis bancos de perguntas.
"Cada aluno faria uma prova diferente, com escolha aleatória das
questões", afirmou Gomes.
O
modelo tem semelhanças com o SAT, uma espécie de Enem dos Estados
Unidos, que permite a aplicação de questões distintas simultaneamente. A
metodologia do Enem, a chamada TRI (Teoria de Resposta ao Item),
possibilita a elaboração de provas diferentes com o mesmo grau de
dificuldade.
Embora não haja prazo para esse novo modelo, Gomes diz que quer adotá-lo em seu período à frente da pasta.
A aplicação da prova ficaria a cargo de uma rede previamente credenciada e pública –universidades federais, por exemplo.
O
aluno teria a chance de fazer quantas edições desejasse –caberia então
às instituições de ensino superior indicar quais versões seriam aceitas
para o ingresso.
Gomes
defende que a primeira aplicação seja gratuita, às custas do governo.
Nas demais, o desembolso ficaria a cargo do estudante.
Para
pôr em prática esse novo modelo, algumas prerrogativas são necessárias,
como um extenso banco de questões e uma rede confiável para aplicar as
provas.
O
banco de perguntas, segundo ele, seria público. "Com isso, elas poderiam
ser analisadas por entidades e questionadas, se for o caso." Indagado
se isso não levaria os estudantes a decorá-las, ele disse: "Seriam
milhares de perguntas para cada área. Se o aluno conseguir decorar
todas, ele é um gênio".
A
proposta de mais de uma edição do Enem por ano retoma promessa de 2009
do então ministro da Educação, Fernando Haddad, mas que acabou
descartada depois pelo governo Dilma. A intenção era aumentar as chances
de ingresso no ensino superior e diminuir a pressão sobre um único
exame.
Fonte: Folha de São Paulo via Cidade News
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