domingo, 18 de janeiro de 2015

Presos tentam fuga e fazem rebelião no Presídio Provisório de Caraúbas

Gidel de Morais
CARAÚBAS (RN) - Detentos do Presídio Provisório "Manoel Alves Pessoa Neto, em Caraúbas, na Região oeste do Rio Grande do Norte, tentaram iniciar uma rebelião na noite deste sábado (18).  De acordo com informações dos agentes penitenciários, a motivação foi a transferência de 10 presos do Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pirangi.

Segundo o diretor da penitenciária, Major Humberto Pimentel, a manifestação já foi controlada. Os presos disseram que a manifestação foi uma forma de chamar atenção da imprensa, da direção e demais órgãos, mas ele acredita que o objetivo tenha sido uma tentativa de fuga.
“As informações que os detentos passaram sobre a ausência do diretor é falsa, pois sexta-feira estivemos aqui, fizemos uma revista falamos para eles que queríamos pleitear junto a coordenadoria a transferência deles, não para o local que eles querem, pois o detento não tem esse direito, porém, serão transferidos para um local mais próximo de seus familiares. Pontuou Major Humberto Pimentel.

“Outro ponto que os rebelados alegam é a qualidade da comida. A comida é servida por uma empresa terceirizada e tanto daqui como a de Mário Negócio é a mesma comida, a mesma quantidade e o mesmo gênero alimentício. Já quando está em um lugar isolado, em todos os presídios tem aquele período de triagem, aqui são 12 dias, tem outras unidades que são até mais dias. Essa triagens servem para reconhecimento, adaptação, nesse período o detento não recebe visita, não vai para o pavilhão, fica isolado dos demais, mas que eles foram atendidos sexta-feira por um médico que dá expediente aqui e todos foram medicados, enfim, os problemas exigidos já estão sendo executados na medida do possível”. Afirmou o diretor da unidade carcerária Major Humberto.

Quando eu chequei no Presidio Provisório eles já tinham entregue o suposto ferro que usaram para fazer seus companheiros de sela refém e nós estamos trabalhando com duas hipóteses, uma que os presos montaram essa situação para chamar a atenção da imprensa, da direção e agentes para conseguir os seus objetivos, que é uma transferência. A outra é que realmente pode ter acontecido um princípio de rebelião no setor de triagem. Quando nós chegamos aqui falamos que estava favorável a pleito deles, pois aqui é um presídio coletivo e o telespectador tem que entender que um Presídio Federal pode trazer 20, 30, 40 e aqui é diferente, pois já tem selas com 11, 12, 15 presos e como eu falei anteriormente eles estão revoltados por ter sido transferidos de lá e nós não temos um local fechado para acomodar eles”. Finalizou Major Humberto.
O agente penitenciário, André Santos, que fez a negociação com os rebelados, disse: “Os detentos estão alegando que existe duas facções dentro do presídio do Rio Grande do Norte PCC e o Comando do RN e em Caraúbas é dominado os dois pavilhões, o “A” e  o “B” pelo PCC (Primeiro Comando da Capital) e os presos não aceitam eles lá dentro aí vão ter que morar na triagem e eles querem ser transferidos para a cidade de Caicó, pois uma das bases do Comando do RN é no Presídio de lá e ficando aqui a situação deles é difícil. Se eles foram para os pavilhões os outros detentos matam eles. Afirmou André.
Perguntado aos rebelados se a revolta tinha alguma coisa haver ou ligação com alguma facção criminosa, o líder da rebelião, identificado com Wallisson de Sousa, disse que: “Não! Não tem nada a ver, o motivo é que aqui não é convívio para ninguém, na rua nós somos do Comando do RN, aqui nós somos presos. A gente diz que não pertence a nenhuma facção, mas os companheiros não acreditam que somos da massa (Gíria usada por presos que indicam que são livre de facção). Frisou Wallisson de Sousa.

 
 
Fonte: Icem Caraúbas

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