O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) corrigiu
nesta sexta-feira (19) dados que constavam na Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios referente a 2013, divulgada na última quinta (18).
A presidente do instituto, Wasmália Bivar, pediu desculpas por erros
"extremamente graves" durante entrevista coletiva no Rio. O problema
está relacionado aos números das regiões metropolitanas de sete estados
brasileiros.
O equívoco afetou diversos índices divulgados, como analfabetismo e o
índice de Gini, que calcula o nível de desigualdade no país. O valor desse índice varia de zero (a perfeita igualdade) até um (a desigualdade máxima).
Segundo o IBGE,
a desigualdade de renda proveniente do trabalho diminuiu em vez de
aumentar, como primeiramente constava na pesquisa divulgada. Na quinta
foi informado que o índice foi de 0,496 (em 2012) para 0,498 (em 2013).
Mas o número correto, segundo o IBGE, é de 0,495.
O índice de analfabetismo caiu de 8,7%, em 2012, para 8,5% em 2013 - e
não 8,3% como primeiramente informado. O número médio de anos de estudo
dos brasileiros com dez ou mais anos de idade aumentou de 7,5 para 7,6.
Os números corretos da divisão da população entre sexos são de 51,4% (mulheres) e 48,6% (homens).
A taxa de desocupação foi mantida em 6,5%, como originalmente
informado, uma alta em relação a 2012 que era de 6,1%. Mas o aumento da
população desocupada, segundo o anúncio do IBGE, foi menor: não era 7,2%
e sim 6,3%. São 6,6 milhões de pessoas desocupadas.
Também houve correção sobre a queda de emprego de jovens entre 5 e 17 anos. O dado correto é de 10,6%.
O IBGE divulgou um link que reúne as correções da Pnad 2013.
"Desculpas pelo transtorno"
O diretor de Pesquisas do IBGE, Roberto Olinto, disse que não houve interferência política.
"Não há o menor indício de pressão. Nós encaramos o fato como um
acidente estritamente técnico e que será investigado. O processo do
trabalho será investigado. O IBGE está extremamente abalado por isso,
mas identificado o erro, ele é assumido", afirmou.
A presidente do IBGE disse que o instituto "errou e nós pedimos
desculpas pelos transtornos. Estamos aqui abatidos com esse erro. Vamos
fazer o máximo possível para esclarecer".
A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, declarou que o governo está "chocado"
com os erros informou que serão criadas duas comissões para avaliar a
consistência da Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílio (Pnad) e
encontrar as razões da falha e identifcar os eventuais responsáveis.
Bivar disse que irá continuar no IBGE: "Confortável não estou como
servidora do IBGE, mas como presidente não quero ser vista como a pessoa
dos momentos bons. Vou continuar como capitão que fica com sua equipe e
seu navio".
Fonte: G1
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