Mais dois secretários do governo Flaviano Monteiro (PC do B), em Apodi, pediram para sair. Ontem, anunciou desligamento de suas funções o secretário de Saúde, Paulo Viana, e por esses dias entrega o cargo o secretário de Esportes, Francisco Gama. Este já anunciou ao prefeito sua decisão, mas esta é a primeira vez que o assunto vem a público. Contabilizando desde o início da gestão comunista, já se vão cinco colaboradores diretos, o que significa que a administração “Apodi, Terra Querida” fecha o primeiro semestre com quatro pastas sem comando.
Na página da Prefeitura, o odontólogo Paulo Viana disse que não está deixando a gestão. Muito pelo contrário. Continuava apoiando o governo de Flaviano. “Agora, como secretário, estava muito sobrecarregado e não podia colaborar com o nosso projeto político como eu gostaria, porque o dia a dia na secretaria exige muita dedicação”, justificou.
Ainda no site oficial do Município, o prefeito Flaviano disse que Paulo é um parceiro de muitas lutas e o acúmulo de trabalho na secretaria, de certa forma, os teria afastado. “Agora, ele estará mais livre para ser um articulador do nosso governo e nos ajudar de forma mais direta”, declarou.
Paulo Viana estaria na lista das primeiras exonerações, quando Flaviano, de uma só vez, colocou para fora de seu projeto os secretários Regina Duarte (de Finanças) e Reginaldo Ponciano (de Urbanismo). À época, houve uma negociação e Paulo ficou, mas só agüentou até agora. Há quem diga que Paulo teria sido um dos vetores da saída de Regina, e que teria aberto uma ferida entre os camaradas do PC do B.
Flaviano foi surpreendido, logo no início de seu governo, pelo falecimento do secretário de Administração, Roberto Abel. Em seu lugar entrou o juvenil Elton John Alves, mas ele também durou pouco. O jovem passou em um concurso público e também deixou a pasta sem comando. Com a saída de Reginaldo, a de Urbanismo foi passada para o engenheiro agrônomo Junior Costa. As de Administração e Finanças continuam sem comando.
A oposição andou falando, nesta semana, o retorno de Reginaldo ao governo como subsecretário de Obras. A crítica é que o prefeito estaria subestimando o camarada que serviria para coadjuvante e não para titular.
O discurso dos dois que saem desta vez, Paulo e Francisquinho, é que ajudarão melhor de fora. O secretário de Esporte até que tem uma justificativa aceitável. Ele, que é professor concursado da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) no campus de Pau dos Ferros, acaba de assumir a chefia do Departamento de Educação Física. “Tenho muito mais como contribuir de fora do que de dentro do governo; esse é um processo natural”, enfatizou.
Francisco Gama também explicou que sua saída já era esperada. Ele insiste em defender que o povo de Apodi precisa dar mais crédito ao governo de Flaviano que está apenas começando, mas também reconhece que há muito para avançar. “Tem muita coisa positiva, mas muita coisa para ser ajustada; muita coisa que o prefeito precisa rever. Sei que a população ainda não está satisfeita, mas existem muitas coisas sendo encaminhadas”, confirma.
Pelo que se colhe dos bastidores, o grau de insatisfação do governo começa dentro de casa. O que mais se ouve é que o prefeito tem “boa vontade”, mas só isso não é suficiente. Os mais cansados dizem que está faltando ritmo na administração e até que falta habilidade do comando.
SEM RETORNO
A reportagem do JORNAL DE FATO passou a tarde inteira desta segunda-feira, 1.º, tentando ouvir a versão do prefeito Flaviano Monteiro e do secretário Paulo Viana, mas nenhum deles atendeu ao telefone. O celular de Paulo até atendeu. Na primeira vez uma mulher disse que ele não daria declarações sobre o assunto. Mais tarde, o próprio Paulo atendeu, mas desligou o aparelho (ou ele ficou fora de área) antes de a ligação ser transferida da recepção para a reportagem. Já, Flaviano, há muito a imprensa tem dificuldade de falar com ele. Na cidade, a informação é que ele não tem atendido a ligação de ninguém.
Em contato com a assessoria de comunicação de Apodi, a reportagem do DE FATO foi informada que até quarta-feira, 3, o prefeito anunciaria os substitutos para as quatro pastas.
RESULTADOS ENCOBERTOS
A falta de manobra de Flaviano Monteiro de dar destaque a seu mandato fica mais clara quando alguns dos seus aliados explicam que várias coisas estão sendo feitas, mas ele não está sabendo divulgar. Há informações também de que, quando Regina Duarte era secretária, ela organizou as finanças para que sobrassem, todo mês, pelo menos R$ 200 mil para obras e ações. Somente nos dois primeiros meses de governo (janeiro e fevereiro) a economia teria sido de R$ 500 mil. No entanto, nem Regina nem o seu esposo, contador Gilvan Alves, confirmaram a informação ou quiseram falar sobre o assunto.
Fonte: Cidade News Itaú
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