Um
adolescente de 14 anos foi enterrado até o pescoço nas areias da Praia
de Intermares, em Cabedelo, na Grande João Pessoa, na tarde desta
quarta-feira (8). A
informação
é do delegado da 7ª Delegacia, Ademir Fernandes, que explicou que ele
foi torturado por um grupo de cinco pessoas enquanto estava enterrado.
Um jovem de 21 anos, chamado Anderson José da Silva, foi preso e um
adolescente de 14 anos apreendido. Toda a ação foi filmada no celular do
jovem que foi preso. O aparelho foi apreendido pela polícia e vai ser
usado na investigação.
“Na
hora que eu tava lá Janjão [Anderson] me pegou, queria me jogar dentro
do buraco. Aí eu mordi ele, pra ele me escutar. Ele pegou um coco e
jogou em mim. Um homem me chamou, me deu um lanche pra eu parar de
chorar. Daí eu fui ver o futvôlei, mas um deles me segurou, aí aconteceu
tudo”, relatou o menino que foi enterrado.
Segundo
o delegado, o menino teve os braços e pernas amarrados e foi jogado em
um buraco que havia sido cavado na areia. Em seguida, o grupo o
enterrou, deixando só a cabeça de fora. Enquanto o adolescente estava
enterrado e chorava, os integrantes do grupo o xingaram, humilharam,
colocaram um balde sobre ele e chegaram urinar na cabeça do adolescente.
O
jovem que foi preso explicou que, na verdade, aquilo foi uma brincadeira
que é comum entre os jovens da região. “A brincadeira da gente sempre
foi assim, acho que ele não aguentou a brincadeira”, disse Anderson.
“Esses meninos são muito ‘gaiatos’. Sempre chegam no meu local de
trabalho tirando onda como todo mundo, aí a gente vai e começa a
brincar. Eu não sabia que ia dar nisso”, lamentou.
Durante
os vídeos, é possível ouvir o menino gritando frases como “me ajuda”,
“tá doendo” e “me solte, parceiro”. No fim, um dos integrantes o ajudou a
sair do buraco, uma vez que ele não conseguia sozinho, conforme
explicou o delegado. Depois que o menino conseguiu se livrar, ele correu
para a avenida e encontrou uma equipe da Polícia Militar, que conseguiu
prender Anderson e apreender um adolescente que participava do caso de
tortura.
“Nós
não encaramos como tentativa de homicídio porque dá para perceber que
depois eles tentaram desenterrar. Não dá pra perceber a intenção de
matar o menino. Mas eles assumiram o risco de que acontecesse uma
tragédia. Felizmente, não aconteceu. Mas o terror que eles provocaram
nessa criança é enorme”, comentou o delegado.
Segundo
Fernandes, o adolescente vai passar por exame de corpo de delito, mas
já adiantou que ele não teve ferimentos graves. “Foram só arranhões. A
agressão psicológica é que foi maior”, explicou. Anderson vai ser
apresentado na Audiência de Custódia e o adolescente apreendido à
Promotoria de Cabedelo nesta quinta-feira (9).
Fonte: G1 via Cidade News
Nenhum comentário:
Postar um comentário