Estudante viaja de ônibus de segunda a sexta para estudar em curso pré-vestibular, em Manaus (Foto: Jamile Alves/G1 AM)
Por dia, Sóstenes passa cerca de quatro horas dentro de um ônibus. O coletivo - que transporta estudantes do interior para a capital - deixa a rodoviária de Manacapuru às 15h. Entretanto, a rotina do estudante começa logo cedo, às 7h30, quando sai de casa para trabalhar em uma escola de inglês da cidade. O salário que ganha como professor é dividido entre as despesas da casa, gastos pessoais e a mensalidade de um curso preparatório para o
A necessidade de
Antes disso, entretanto, Sóstenes relatou já ter vivido rotina semelhante a que tem hoje. O motivo, novamente, foi a vontade de estudar. "Eu sou de Barroso e ia para Manacapuru quando criança para poder estudar. Eu viajava de barco todo dia e ainda pegava um ônibus quando chegava na cidade. Voltava para casa 22h30", relembrou. Com a Ponte Rio Negro inaugurada no fim de 2011, o estudante não precisa cruzar o rio de barco, mas o dia-a-dia é igualmente exaustivo, conforme conta.
Após descer de ônibus, Sóstenes caminha meio quilômetro até o curso (Foto: Jamile Alves/G1 AM)
"Acordo cedo, trabalho e volto para casa para me preparar para ir a
Manaus. Eu faço a comida para almoçar e logo depois pego um moto-táxi
para ir para a rodoviária de Manacapuru. O ônibus me deixa na capital,
perto do curso, por volta das 17h30, e eu vou andando. A aula vai até as
22h30. De lá, pego um ônibus para a Praça da Saudade (Centro de Manaus)
para pegar o ônibus de volta a Manacapuru, às 23h. Chego na rodoviária
perto de uma da manhã, aí eu pego o moto-táxi de Mesmo após o dia longo, o estudante encontra tempo para estudar até de madrugada. Apesar de ter apenas quatro horas de sono por dia, cansaço nunca foi motivo para faltar as aulas em Manaus, segundo ele. Nos finais de semana, Sóstenes se reveza entre tarefas domésticas, como
A ampla concorrência para o curso de medicina é um grande obstáculo, mas que não intimida Sóstenes. Confiante, ele sonha em orgulhar os pais com a aprovação no Enem. "Eu sei que é difícil passar para medicina, mas eu tô me esforçando muito, não só com as viagens para Manaus. Eu estou estudando mais, dando tudo de mim. Tenho fé que nada disso vai ser em vão e que um dia vou chegar lá", concluiu.
Sóstenes
Júnior, de 17 anos, saiu de comunidade do interior do AM para estudar
na região metropolitana do estado (Foto: Jamile Alves/G1 AM)
Fonte: G1
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