O zoológico de Cascavel, no oeste do Paraná, amanheceu com poucos visitantes nesta terça-feira (5) após a exposição ao público do tigre que atacou o menino de 11 anos, no dia 30 de julho. O animal ficou cinco dias isolado como medida preventiva por causa do incidente e voltou para o recinto na segunda-feira (4). Como o zoo não abre às segundas, ele foi exposto a partir das 8h desta terça.
O garoto estava em uma área proibida, próximo à jaula do felino na hora do ataque. Ele ficou gravemente ferido e precisou ter o braço direito amputado na altura do ombro. Segundo o Hospital Universitário (HU), o menino deve passar por uma avaliação médica ainda nesta terça-feira e a alta está prevista para quarta (6).
Marcelo Santos, que mora em São Paulo, foi um dos poucos que apareceu no local para visitar o tigre. Ao G1, ele disse que já tinha vontade de conhecer o zoo e que fez questão de ver o animal de perto após a repercussão do caso. "Acho que a grade deveria ser mais alta. Em São Paulo é bem mais longe a jaula dos visitantes", relatou. Mesmo assim, ele argumentou que traria o filho sem problemas.
O curitibano Gustavo Sotel chegou bem próximo da jaula e disse não sentir medo. "Ele tá no espaço dele e eu no meu. Não tem porque ter medo", disse.
Em entrevista ao Fantástico, o pai do menino, Marcos Carmo Rocha, disse que a primeira coisa que o filho falou depois do acidente foi um pedido para que ele não matasse o tigre. "Sabe o que ele gritou, a primeira hora que ele falou que estava sem o braço? Ele falou assim: 'não mata o tigre'. Sem o braço! Ele só pensou no tigre em primeiro lugar".
Rocha diz que não viu o filho pular a cerca para se aproximar do leão, mas que o viu com o animal e achou a situação tranquila. "Quando eu vi a situação, eu vi que estava sob controle. O leão estava muito tranquilo com ele e as pessoas envolvidas com a situação de certa maneira assim, gostando, eu digo. O leão estava muito manso, eu estava prestando atenção nele, cuidado dele, com o pequeno no colo, mas achei uma situação tranquila”.
O veterinário do zoológico, Valmor Passos afirmou que o animal é dócil, desde que tenha o espaço dele respeitado, evitando a proximidade e movimentos bruscos. No momento do ataque, ele acredita que o felino tenha se sentido confrontado com a presença e algumas atitudes do menino. "Ao correr de um lado para o outro, e urinar na grade de proteção, o tigre está demarcando o território dele, mostrando que ali é área dele", explicou Passos.
A Polícia Civil investiga se o acidente em Cascavel foi causado por omissão do pai, ou da guarda do zoológico. Eles podem responder pelo crime de lesão corporal, de acordo com o andamento do inquérito.
Fonte: G1
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