Há dois anos médico de Florânia, cidade da região Central do Rio Grande do Norte, Giordano Bruno Souza dos Santos deixará em breve uma vaga ociosa no município onde trabalha para atuar em Macaíba, que fica na Grande Natal. Selecionado no Programa Mais Médicos, do governo federal, ele relata dificuldades para se inscrever e reclama dos critérios adotados para a escolha do destino dos profissionais. O médico enviou depoimento ao G1 RN.
No RN, 101 municípios se inscreveram e apresentaram uma demanda por 286 médicos. No entanto, o estado só receberá 19 profissionais para 11 cidades na primeira etapa do programa, destinada a seleção de médicos brasileiros formados no país. Do total selecionado, 10 serão absorvidos por municípios da região metropolitana. São eles Natal (7), Macaíba (2) e Extremoz (1), enquanto os outros nove serão distribuídos em cidades do interior.
“Como um programa com objetivo de interiorização retira profissionais do interior?”, questiona Giordano, que na inscrição precisou escolher seis opções de locais na seguinte ordem: capitais, localizadas em regiões metropolitanas, com mais de 80 mil habitantes, com 20% ou mais vivendo na extrema pobreza e outras localidades. Esta última, segundo as regras do programa, obrigatoriamente teria de ser a última opção, só podendo ser ocupada quando as vagas das demais cidades fossem preenchidas.
Como Florânia não está entre as 58 cidades potiguares colocadas como prioritárias no programa, o médico escolheu como primeira opção Monte Alegre, que se encaixava no perfil de extrema pobreza. Depois entraram na lista por ordem Natal, como capital e Macaíba, como cidade da região metropolitana. Sem opção no RN para cidades com mais de 80 mil habitantes ou distrito indígena, Giordano optou por Maranguape, no Ceará, e a Área Indígena Yanomami, em Roraima. Por último ficou Florânia, que só se encaixava na lista como 6ª opção.
“Resumindo, na verdade eram cinco opções de perfil, dos quais somente três tinham opções dentro do RN. Dentre estas, dois perfis para região metropolitana e capital, diga-se de passagem com a grande maioria das vagas. Ou seja, o Programa Mais Médicos foi feito para levar Médico para capital e região metropolitana do Brasil”, critica Giordano.
Fonte: Robson Pires
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