sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Água desviada poderia abastecer cidades inteiras

A água é um bem público, mas infelizmente muitas pessoas querem transformá-la em bem de propriedade particular praticando crime de furto. A Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (CAERN) vem fazendo um amplo trabalho de combate ao furto de água das adutoras. O último problema registrado foi o desvio de água da adutora que abastece a comunidade de Pedra Branca, além de áreas rurais de Riachuelo e São Paulo do Potengi. Com os desvios de água ocorridos na adutora Jerônimo Rosado, na região Oeste, em outubro deste ano e detectado pela Caern, que chegaram a 800 mil litros de água por hora, seria possível abastecer uma cidade de 100 mil habitantes.
Na região do Potengi, a Caern detectou, dia 25 de novembro, um desvio de água na Adutora Monsenhor Expedito. A tubulação foi danificada e a água desviada para um açude localizado em uma fazenda entre São Paulo do Potengi e Riachuelo. A apropriação clandestina de água afetou o abastecimento de áreas rurais como Pedra Branca, Acauã, Várzea Fria e Carnaúba. O desvio irregular já havia sido detectado anteriormente pela Caern para esta mesma fazenda.
Um boletim de ocorrência foi lavrado e a equipe do Instituto Técnico-científico de Polícia (ITEP) fez a perícia no local para dar início ao processo criminal. Retirar água utilizando ligação clandestina é furto e pode ocasionar detenção, conforme o Artigo 155, do Código Penal, porque a água é um bem comercializável.
A Caern vem fazendo, em parceria com a Secretaria de Segurança Pública, um rigoroso trabalho de identificação de ladrões de água. Em setembro, um vazamento na adutora Monsenhor Expedito, provocado para encher dois barreiros de uma propriedade privada, resultou no desvio de 5,4 milhões de litros de água, prejudicando o abastecimento de águas nas cidades de Santa Cruz, Tangará, Japi, Coronel Ezequiel, São Bento do Trairí, Campo Redondo, Lajes Pintada e Jaçanã. A Caern abriu inquérito na polícia para denunciar a abertura criminosa do registro de descarga, equipamento utilizado para a manutenção e consertos na adutora, nas proximidades da cidade de Tangará. O processo está na Justiça.
Em 5 de outubro, uma ação conjunta da Caern, Polícia Militar e do Itep, detectou mais de 200 pontos de desvio de água ao longo dos 70 quilômetros da adutora Jerônimo Rosado, que abastece Mossoró e diversos outros municípios. A estimativa é de que estavam sendo desviados 800 mil litros de água por hora, prejudicando o abastecimento da capital do Oeste e de cidades vizinhas. Estes 800 mil litros de água por hora seriam suficientes para abastecer uma cidade de cerca de 100 mil habitantes todos os dias.

Fonte: Gazeta do Oeste

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