A
greve dos bancários, que entrou nesta sexta-feira (3) em seu quarto
dia, já fechou 10.355 agências pelo país, segundo relatório da
Confederação Nacional dos Trabalhadores
do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). A paralisação, segundo a entidade, é
por tempo indeterminado. Sindicatos de todos os estados confirmaram
adesão à greve, além do Distrito Federal.
De acordo com a Contraf, uma nova rodada de negociações com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) deve ser realizada ainda nesta sexta, em São Paulo.
Carlos
Cordeiro, presidente da Contraf-CUT, informou que a greve foi iniciada
apenas em agências bancárias, mantendo o funcionamento de caixas
eletrônicos, serviços de teleatendimento e centros administrativos.
No
entanto, segundo o sindicato, na quarta-feira, bancários de São Paulo e
do Rio de Janeiro paralisaram alguns callcenters, telebancos, centros
administrativos, serviço de apoio ao cliente e central de atendimento em
São Paulo e no Rio de Janeiro.
Segundo Cordeiro, existe a possibilidade de estender a greve a outros setores se as negociações com a Fenaban demorarem.
"A
nossa greve sempre começa pelas agências bancárias. A cada dia que passa
que isso [acordo entre a categoria e os bancos] não ocorre, a greve
tende a crescer e atingir setores mais estratégicos", diz Cordeiro.
Veja
aqui as opções para realizar operações bancárias, como transferêcias e
pagamentos, durante a paralisação nas agências bancárias.
Notificações do Procon
O
Procon do Rio Grande do Norte notificou o Sindicato dos Bancários do
estado para garantir efetivo mínimo de 30% de funcionários trabalhando
durante o período de greve. A notificação orienta que caixas
eletrônicos permaneçam disponíveis.
Houve
também notificação no Tocantins, onde a paralisação teve adesão de 60%
dos funcionários de acordo com o Sindicato dos Bancários do Tocantins
(Sintec-TO). O Procon-TO notificou o Sintec que mantenha pelo menos 30%
dos funcionários trabalhando e os caixas eletrônicos disponíveis.
Reivindicações dos bancários
Os
trabalhadores que decidiram pela greve pedem reajuste salarial de 12,5%,
além de piso salarial de R$ 2.979,25, PLR de três salários mais parcela
adicional de R$ 6.247 e 14º salário. A categoria também pede aumento
nos valores de benefícios como vale-refeição, auxílio-creche,
gratificação de caixa, entre outros.
Além
do aumento de salário e benefícios, os bancários também pedem melhores
condições de trabalho com o fim de metas consideradas abusivas, combate
ao assédio moral, igualdade de oportunidades, entre outras demandas.
No
sábado (27), o Comando Nacional dos Bancários confirmou o indicativo de
greve mesmo após uma nova proposta da Federação Nacional dos Bancos
(Fenaban). As instituições financeiras elevaram o reajuste de 7% a 7,35%
para os salários, enquanto o aumento no piso da categoria foi de 7,5%
para 8%. No entanto, os novos índices foram considerados insuficientes
pelos bancários em reunião realizada em São Paulo.
Em
2013, os trabalhadores do setor promoveram uma greve de 23 dias, que foi
encerrada após os bancos oferecerem reajuste de 8%, com ganho real de
1,82%. A duração da greve na época fez a Confederação Nacional de
Dirigentes Lojistas (CNDL) pedir um acordo para o fim da paralisação,
temendo perdas de até 30% nas vendas do varejo do início de outubro.
Em
nota, a Fenaban "reafirma sua confiança na manutenção das negociações
para um desfecho da convenção coletiva 2014/2015". A entidade ainda
"ressalta que o consumidor dispõe de vários canais para a realização de
transações financeiras, tais como internet, o banco por telefone, o
aplicativo do banco no celular .
Há também os caixas eletrônicos e rede 24 horas, que ficam disponíveis
em supermercados, aeroportos, shoppings, lojas comerciais e centros
comerciais, além dos correspondentes, que estão espalhados por todo o
Brasil".
Fonte: G1 via Cidade News
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