Confusão,
que aconteceu no sábado, teria sido motivada depois que PM tentou apreender
carro de som usando em carreata. Graça Alencar diz que, a partir daí, foi
agredida. O policial Francisco Marcos da Silva negou a agressão e disse que só
fez o seu trabalho.
Uma
confusão em ato partidário no município de Martins deverá terminar com pedido
de abertura de procedimento investigativo na Corregedoria da Policia Militar.
O
fato aconteceu no sábado (18) e está ganhando repercussão depois que a
professora Graça Alencar postou em sua conta no Facebook que foi espancada pelo
soldado Francisco Marcos da Silva, que, em contato com o portalnoar.com, contou
uma versão diferente do que foi registrado na rede social.
“Eu
fui agredida fisicamente por um soldado da Polícia Militar do Estado do RN
lotado na cidade de Martins. Eu fui, literalmente espancada. Leve pancada no
estômago, fui enforcada, tive meus dois braços torcidos e colocados para trás e
fui jogada no asfalto”, escreveu Alencar, que não foi localizada até publicação
desta matéria. A reportagem apurou, no entanto, que ela e seu marido,
identificado também como PM na postagem do Facebook, vão acionar a Corregedoria
da Polícia Militar.
Na
versão que apresentou, ela conta que estava em ato partidário em favor da
campanha da presidente Dilma Rousseff e do candidato do PSD ao Governo do
Estado, Robinson Faria, quando o grupo de que participava foi interpelado pelo
policial.
“Poucos
instantes após sairmos em carreata, fomos abordados por uma viatura da polícia
militar, que parou a nossa manifestação política a fim de apreender um carro de
som que ia à frente de todos os carros. Na verdade, o carro era um Fiat Uno com
uma carrocinha de som atrás. Tendo, juntamente com um médico da cidade de
Martins e dezenas de outros populares, questionado de quem partira a ordem de
apreensão do som e baseados em que documento/determinação/mandado
judicial/decisão/portaria/resolução eles iriam apreender o som (ordem judicial
não se questiona: cumpre-se, mas precisávamos saber do que realmente se
tratava), eis que aconteceu algo pelo qual, nos meus maiores pesadelos, eu
jamais imaginei passar na minha vida”, registrou a professora, que prometeu:
“Enveredarei
por todas as esferas, notificarei todos os órgãos, mobilizarei o maior número
de pessoas, enfim, usarei a minha voz, até o fim. Sou filha, mãe, esposa,
mulher, trabalhadora pública, cidadã, cumpridora dos meus deveres, moro em um
país livre e jamais, vejam bem, jamais vou me calar diante da violência e
truculência a que fui submetida”. A íntegra da postagem pode ser conferida
aqui.
A
legislação eleitoral proíbe o uso de alto-falantes, amplificadores e carros de
som “a menos de 200 metros das sedes dos Poderes Executivo e Legislativo da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, das sedes dos
Tribunais Judiciais, dos quartéis e de outros estabelecimentos militares, dos
hospitais e casas de saúde; das escolas, bibliotecas públicas, igrejas e
teatros, quando em funcionamento”, conforme a cartilha distribuída pela Justiça
Eleitoral sobre o assunto. A reportagem não confirmou se a situação em que se
deu o incidente em Martins aconteceu dentro de um desses contextos vedados. Mas
é esse o argumento apresentado pelo policial Francisco Marcos da Silva.
“Estávamos
cumprindo a determinação que foi expedida pelo juiz Jessé de Andrade que
tratava justamente sobre a proibição do uso de carros de som. Quando fui à viatura
pegar o documento para mostrar, essa mulher me empurrou e não pude deixar de
reagir. Mas não houve, em momento algum, agressão”, explicou o soldado à
reportagem.
Ele
também negou motivação partidária em sua intervenção, conforme se insinua nos
comentários do Facebook. “Não tem nada a ver. Eu só estava fazendo o meu
trabalho. Depois do ocorrido, os ânimos se inflamaram e saímos de lá para não
piorar as coisas”, explicou.
Fonte: O Mural de Riacho da Cruz
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