terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Micareta chega ao fim com números positivos


"O Car­na­tal está cada vez mais tran­qui­lo", essa foi a ava­lia­ção do co­man­dan­te do po­li­cia­men­to me­tro­po­li­ta­no, co­ro­nel Ala­ri­co. Se­gun­do ele, a edi­ção deste ano pode ser con­si­de­ra­da a mais se­gu­ra de todas. No total, foram re­gis­tra­das 124 ocor­rên­cias, a maio­ria re­la­cio­na­da a fatos de pouca gra­vi­da­de.

Perda de do­cu­men­tos e per­ten­ces, prin­ci­pal­men­te ce­lu­la­res, in­ges­tão ex­ces­si­va de be­bi­das al­coó­li­cas e de­sor­dem foram os prin­ci­pais pro­ble­mas re­gis­tra­dos. Não há re­gis­tros de le­sões cor­po­rais gra­ves. Em re­la­ção aos do­cu­men­tos per­di­dos, o es­tan­de da Po­lí­cia Mi­li­tar, na Es­co­la Ré­gu­lo Ti­no­co, re­co­lheu 125 en­ve­lo­pes.

Cada um po­de­ria ter mais de um per­ten­ce. De acor­do com a sar­gen­to De­ni­se Dias, pelo menos 450 pes­soas foram ca­das­tra­das por perda de do­cu­men­tos e car­tões de cré­di­to. As cha­ves estão entre os prin­ci­pais itens per­di­dos. A par­tir desta terça-feira (7), os ob­je­tos es­ta­rão dis­po­ní­veis para os donos na De­le­ga­cia do Ci­da­dão, na Cen­tral do Ci­da­dão do Shop­ping Via Di­re­ta.

O pri­mei­ro bloco a sair foi o Cer­ve­ja & Coco, com cerca de 20 mi­nu­tos de atra­so, co­man­da­do pelo grupo Asa de Águia. No meio da mul­ti­dão, a dona de casa Alice Ale­xan­dre, de 65 anos, cheia de dis­po­si­ção entre os "cor­dei­ros", disse que não es­ta­va nem um pouco can­sa­da, pois apro­vei­ta­va a oca­sião para se di­ver­tir e ga­nhar um di­nhei­ro extra (R$ 20 por noite). Alice é cor­dei­ra há qua­tro anos.

No en­tan­to, essa "tran­qui­li­da­de" teve sig­ni­fi­ca­dos dis­tin­tos quan­do se falou em ne­gó­cios. Para al­guns am­bu­lan­tes, o mo­vi­men­to es­ta­va menor, en­quan­to ou­tros co­me­mo­ra­vam os lu­cros com a festa. O co­mer­cian­te Ma­nuel An­tô­nio já havia fa­tu­ra­do cerca de R$ 600 com a venda de latas de cer­ve­ja e es­pe­ti­nhos du­ran­te a festa. "Vou usar o di­nhei­ro para com­prar mais cer­ve­ja e carne, para ven­der em Ceará Mirim, na festa da pa­droei­ra", disse. O tam­bém co­mer­cian­te, Adil­son da Silva, levou dois car­ri­nhos de be­bi­das para a mi­ca­re­ta deste ano, com pla­nos de fa­tu­rar pelo menos R$ 2 mil até o final da festa. "No ano pas­sa­do o mo­vi­men­to foi maior, mas o Car­na­tal é sem dú­vi­da o me­lhor pe­río­do de ven­das na ci­da­de", ob­ser­vou.

Além do bloco Cer­ve­ja & Coco, o en­cer­ra­men­to da mi­ca­re­ta con­tou com a par­ti­ci­pa­ção do bloco Caju, que trou­xe como atra­ção a banda Ga­ro­ta Sa­fa­da, do bloco Swin­gaê, com a banda Chi­ca­ba­na, e do bloco Bicho, com Ri­car­do Cha­ves.

Lixo

A es­ti­ma­ti­va é de que um mi­lhão de pes­soas es­te­ve no cor­re­dor da folia e ime­dia­ções, e a média diá­ria de lixo re­co­lhi­do pela Com­pa­nhia de Ser­vi­ços Ur­ba­nos de Natal (Ur­ba­na) foi de 20 to­ne­la­das. Para dar conta do lixo acu­mu­la­do na área que abran­ge o cha­ma­do cir­cui­to da folia, a Ur­ba­na co­lo­cou 120 garis para tra­ba­lhar nas ruas.

Du­ran­te a mi­ca­re­ta, as equi­pes da Ur­ba­na rea­li­za­ram a lim­pe­za em dois tur­nos, das 7h às 13h e às 16h (antes do even­to), fa­zen­do a var­ri­ção e lim­pe­za do cor­re­dor após a pas­sa­gem de cada três blo­cos e con­ti­nuan­do os ser­vi­ços logo após o tér­mi­no de cada dia de folia. Em pa­ra­le­lo a essa ação, de­ze­nas de ca­ta­do­res das coo­pe­ra­ti­vas de ma­te­riais re­ci­clá­veis re­co­lhiam os re­sí­duos que po­diam ser rea­pro­vei­ta­dos.

SAMU

O Ser­vi­ço de Aten­di­men­to Móvel de Ur­gên­cia (SAMU) di­vul­gou o ba­lan­ço dos aten­di­men­tos du­ran­te o Car­na­tal, ao todo, 235 nos qua­tro dias de folia. O sá­ba­do (4) foi a data mais crí­ti­ca, com 92 casos; se­gui­do da sexta-feira (3), onde 70 pes­soas foram aten­di­das. O do­min­go (5), de­vi­do ao nú­me­ro re­du­zi­do de pes­soas, re­gis­trou ape­nas 52 aten­di­men­tos; en­quan­to que a quinta-feira (2), 21. Do total, 79 aten­di­men­tos foram rea­li­za­dos no pró­prio Cor­re­dor da Folia, en­quan­to os ou­tros 156, em outra lo­ca­li­da­de do per­cur­so dos blo­cos.

O nú­me­ro de ho­mens as­sis­ti­dos foi maior que o de mu­lhe­res (125 ho­mens e 110 mu­lhe­res). Os jo­vens, entre 18 e 24 anos, tam­bém foram aque­les a ter maio­res pro­ble­mas re­fe­ren­tes a saúde e bem estar. A maio­ria dos casos, 99 deles, ocor­reu nesta faixa etá­ria. Den­tre todos os aten­di­men­tos, estima-se que 28% te­nham sido por quei­xa de con­su­mo abu­si­vo de ál­cool.

Fonte: Correio da tarde

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