quarta-feira, 2 de julho de 2014

'Desceram do carro e já foram me batendo', diz professor espancado

O professor de história André Luiz Ribeiro, de 27 anos, que relata ter sido espancado após ser confundido com um ladrão na Zona Sul de São Paulo, diz que não teve tempo de falar nada antes da agressão. "Achei até que era um assalto. Desceram do carro, não conversaram comigo, já foram me batendo. Já me deram soco, me derrubaram no chão e aí veio a multidão", lembra. O caso ocorreu na semana passada e foi revelado na segunda-feira (1°) pelo jornal O Globo.

André conta que a confusão ocorreu quando ele passou por um bar que tinha acabado de ser assaltado. Algumas pessoas, então, passaram a persegui-lo em um carro. Ele afirma que foi acorrentado pelo dono do bar e apanhou até os bombeiros chegarem. "O que mais me revoltou foi o fato de eles nem pensarem em me escutar", conta.
Um dos bombeiros pediu ao professor que falasse sobre a Revolução Francesa, para provar quem ele realmente era. Em uma rede social, o Corpo de Bombeiros publicou que evitou uma tentativa de linchamento e uma "grave agressão à vítima". A corporação afirmou, ainda, que não houve deboche na abordagem feita.
André explicou sobre a força que a monarquia tinha na França e falou sobre as desigualdades sociais. "É um assunto que eu conheço porque dou aula para a 7ª série. É um assunto recorrente. Os bombeiros e depois os policiais me salvaram", diz o professor, que dá aulas em escola pública.
Na delegacia, o dono do bar manteve a versão de que André roubou seu bar. O professor ficou preso por dois dias e só foi solto após conseguir na Justiça a liberdade provisória. A polícia informa que continua investigando o caso.
Na segunda-feira, um grupo de cerca de 50 pessoas fez um protesto em frente ao 101° DP (Jardim das Imbuias), na Zona Sul, que investiga o caso. André e a mãe dele participaram do ato, que pediu justiça.
Revolução Francesa
A Revolução Francesa, sobre a qual o professor falou, eclodiu no final do século 18. Na época, a França era governada por uma monarquia absolutista. O cenário era de insatisfação com o governo do rei Luís XVI e com os privilégios da aristrocacia. Os ideais iluministas de igualdade, liberdade e fraternidade se espalharam, mobilizando grupos políticos, a burguesia e parte da população. Luíz XVI foi executado, e os grupos que participaram da revolução passam a brigar pelo poder até 1979, quando o país começou a ser governador por um oficial do Exército, Napoleão Bonaparte.

Fonte: G1 

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