Iara
Jandeiro é candomblecista. Ela é tia de uma menina de 11 anos e
testemunha da agressão sofrida pela criança, atingida por uma pedrada no
domingo (14), quando saía de um culto religioso. Os autores,
segundo ela, seriam dois jovens que aparentam ter 20 anos. Apesar de
adepta da religião afro-brasileira, Iara faz alusão a uma frase comum
aos católicos para pregar a paz entre os crentes de várias matizes.
"'Amai-vos
uns aos outros, como vos amei', está escrito na Bíblia. Eles (os
agressores) acham que são deus, que o deus deles é melhor que o nosso.
Cada um tem sua religião, independente de ser budista, cristão,
católico, candomblecista, judeu. Cada um tem que respeitar a religião do
próximo. Não somos deus para julgar", diz a autônoma.
A
família de Iara voltava para casa, quando passou a ser insultada. Uma
pedra foi arremessada pelo grupo, bateu em um poste e atingiu a jovem.
Após a agressão, no entanto, sua sobrinha já manifestou o medo de voltar
a usar roupas daquela cor. "Não quer mais vestir roupa branca, ela está
traumatizada. Vamos procurar apoio psicológico, ela tem só 11 anos",
revela. Na internet, eles fazem uma campanha intitulada "Eu visto
branco. Branco da paz. Sou do candomblé. E você".
O caso
foi registrado como lesão corporal e no artigo 20, da Lei 7716
(praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça,
cor, etnia, religião ou procedência nacional) na 38º DP (Irajá).
De
acordo com a unidade policial, parentes prestaram depoimento. A menor de
11 anos foi ouvida e encaminhada a exame de corpo de delito. Os agentes
realizam diligências para localizar imagens e testemunhas que possam
auxiliar na identificação da autoria do crime.
Avó faz campanha pela tolerância religiosa, após agressão a neta (Foto: Reprodução/Facebook)
Criança vítima de intolerância religiosa ficou com cicatriz (Foto: Reprodução/Facebook)
Fonte: G1 via Cidade News
Nenhum comentário:
Postar um comentário