Diversas capitais amanheceram nesta sexta-feira (21) com marcas da depredação promovida por grupos minoritários durante as manifestações realizadas na quinta (20). No Centro do Rio de Janeiro, os prédios da Prefeitura e dos Correios foram atacados, placas e radares foram arrancados, agências bancárias tiveram fachadas quebradas e lixeiras, cabines da PM e um carro acabaram incendiados. Sinais de vandalismo também puderam ser vistos em Salvador, Porto Alegre, Belém e Manaus (veja ao lado reportagens do Bom Dia Brasil).
Em Brasília, parte dos manifestantes ocupou rampas e tentou invadir o Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores, enquanto que outros lançaram objetos contra a fachada de vidro e fizeram fogueiras.
Mais de 1,25 milhão de pessoas participaram dos protestos de quinta-feira em mais de 100 cidades – pequenas, médias e grandes – no maior dia de manifestações desde o início das passeatas. Na maior parte dos casos, os atos foram pacíficos, mas houve confrontos com a polícia em diversas cidades.
Nesta sexta-feira, novas manifestações estão marcadas em pelo menos 20 cidades do país, entre elas Curitiba (PR), São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG), Duque de Caxias (RJ), Caxias do Sul (RS) e Uberaba (MG).
A presidente Dilma Rousseff pediu para que todos os ministros ficassem em Brasília e convocou reunião para esta sexta. Antes, a presidente já havia cancelado uma viagem que ela faria para Salvador e outra, em seguida, para o Japão.
Além de dezenas de feridos, a mobilização nacional registrou uma morte: em Ribeirão Preto (SP), um jovem foi atropelado por um carro que avançou sobre manifestantes e não resistiu. Em São Paulo, 100 mil pessoas ocuparam a Avenida Paulista pacificamente, mas houve confrontos isolados entre militantes de partidos, sobretudo petistas, e pessoas que se dizem sem partido.
A série de protestos em junho começou como reação ao aumento das tarifas de ônibus, metrô e trem em São Paulo e Rio. Desde o dia 3, o Movimento Passe Livre (MPL) na capital paulista convocou sete grandes atos pela revogação do aumento. No Rio, foram seis manifestações até esta quinta. Conforme os movimentos cresciam nas duas capitais, a mobilização se disseminou pelo país. Nesta semana, a demanda de redução da tarifa foi atendida por prefeitos e governadores de São Paulo, Rio e mais de dez cidades.
Porém, o protesto que começou com o reajuste de R$ 0,20 cresceu e ganhou outras bandeiras, como o fim da corrupção e da violência policial, melhorias no transporte, na saúde e na educação e os gastos excessivos com a Copa do Mundo. O ato desta quinta-feira foi mantido como comemoração da conquista. Mas, sem liderança definida nas grandes cidades, os protestos tomaram rumos diferentes, se separaram e as tentativas de diálogo com as autoridades fracassaram.
Fonte: G1
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