sexta-feira, 23 de maio de 2014

Vetada nos estádios, caxirola tenta emplacar como souvenir para turista

Caxirola é oferecida em versões para os 32 países participantes da Copa (Foto: Divulgação)
Caxirola é oferecida em versões para os 32 países
participantes da Copa (Foto: Divulgação)
Ela não poderá ser chacoalhada dentro estádios, mas quer cair nas mãos dos torcedores e turistas durante a Copa do Mundo. Vetada nas arenas durante a Copa das Confederações, após ser vista como uma ameaça à segurança, a caxirola aposta agora no seu potencial de souvenir para conquistar brasileiros e estrangeiros.

Nessa nova investida, o instrumento está sendo oferecido em versões para todos os 32 países que vão disputar a Copa, com as cores e bandeiras das seleções participantes.

Criada pelo músico baiano Carlinhos Brown para ser uma espécie de “vuvuzela” brasileira durante a Copa e comercializada pelo grupo norte-americano The Marketing Store, a caxirola ganhou apoio do governo brasileiro e é um dos produtos licenciados pela Fifa e oficiais do Mundial.

O instrumento feito de plástico é inspirado no caxixi (tipo de chocalho) e está entre os 96 projetos chancelados pelo Ministério do Esporte para promover a cultura brasileira durante o evento. A própria presidente Dilma Rousseff posou para fotos com o chocalho e disse que a caxirola é “mais bonita que a vuvuzela”, a corneta que ficou famosa durante a Copa de 2010 na África do Sul.
Vetada pela Fifa por segurança
O instrumento nacional foi vetado dos estádios após ser atirada no gramado durante uma partida do campeonato baiano, em um evento de teste às vésperas da Copa das Confederações.

Procurada pelo G1, a Fifa confirmou que a caxirola está na lista de itens proibidos nos estádios durante a Copa, inclusive na versão mais leve, de plástico flexível, proposta pela empresa fabricante.
“A decisão de não permitir a caxirola nas arenas foi tomada por razões de segurança após a manifestação contrária à comercialização e porte do instrumento nos estádios por parte do Ministério da Justiça”, informou a Fifa.
Dilma toca caxirola ao lado de Carlinhos Brown no Palácio do Planalto (Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)
Dilma toca caxirola ao lado de Carlinhos Brown no
Palácio do Planalto (Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)
Não será permitida a entrada, nos locais dos jogos, de torcedores com qualquer instrumento musical, independentemente do tamanho. A lista de itens proibidos inclui ainda canecas, garrafas, guarda-chuva, bolas infláveis, entre outros. Confira aqui a relação.

“A lista de itens proibidos é criada para garantir a segurança dos torcedores e dos jogadores. Após avaliação técnica, todo objeto que puder, mesmo por uso indevido, representar perigo, será vetado dentro das arenas”, explica a Fifa.

O Ministério da Justiça também confirmou aoG1 que a decisão de vetar a caxirola nos estádios está mantida, tendo como base a Lei Geral da Copa, que proíbe a entrada de objetos que possibilitem a prática de atos de violência. “O acesso de torcedores aos estádios portando a caxirola, inclusive, segue proibida”, disse.

Empresa espera vender 'milhões de unidades'
A The Marketing Store, fabricante e distribuidora da caxirola, afirma que o veto aos estádios não compromete a estratégia de distribuição do produto.

“Nunca ninguém nos prometeu ou nos garantiu que o instrumento poderia entrar nos estádios. A gente sabia desde o começo que não seria fácil. Entendemos a precaução, pois as ocorrências de violência nos estádios atrapalham bastante. Recentemente, vimos até a proibição de chinelo nos estádios", disse ao G1 o vice-presidente de Negócios da The Marketing Store, Genival Britto, citando a partida entre Oeste e Ponte Preta, pela Série B do Brasileiro, no interior de São Paulo, em que ostorcedores foram proibidos de entrar de chinelo por determinação da Polícia Militar.

A caxirola é um dos produtos licenciados pela Fifa e oficiais da Copa (Foto: Divulgação)
A caxirola é um dos produtos licenciados pela Fifa
e oficiais da Copa (Foto: Divulgação)
Segundo a empresa, a estratégia de comercialização da caxirola sempre considerou três tipos de uso: instrumento musical, brinquedo e souvenir.  “Entendemos que nestas três utilizações há mercado para ser explorado. E a receptividade tem sido grande, estamos tendo que repor nas lojas o tempo inteiro”, afirma Britto.
Embora não divulgue número de vendas ou de produção, a empresa diz que a expectativa é vender “milhões de unidades”.
O produto está sendo vendido nos aeroportos brasileiros e nas principais lojas do varejo e também estará à venda nas 12 Fan Fests – espaços abertos ao público que a Fifa está montado nas 12 cidades-sede da Copa. Na loja virtual da caxirola, o objeto custa R$ 30.
“Nunca consideramos que a caxirola como uma vuvuzela brasileira. Entendemos que tinha espaço, sim, para um instrumento musical com características de celebração, mas há também o turista em busca de souvenir e de lembranças originais do evento”, afirma o porta-voz da The Marketing Store. "Há poucas opções de produtos que realmente trazem uma proposta diferente e brasileira", acrescenta.
Mesmo afirmando ainda não ter recebido uma resposta oficial da Fifa e do Comitê Organizador Local (COL) sobre o pedido de comercialização de uma versão mais leve da caxirola dentro dos estádios, a empresa garante que o projeto já está dando lucro e nega que tenha existido encalhe na Copa das Confederações.
"Não tivemos nenhuma devolução. Tudo que a gente coloca na prateleira está sendo vendido. Acreditamos que mais de 90% das vendas vão ocorrer durante os dias de jogos. Mas, mesmo se imaginarmos o pior cenário, o que já vendemos até aqui já nos garante lucro", afirma Britto.
Fonte: G1 

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