
Cada 
dia que passa as crianças do Rio Grande do Norte têm menos a quem 
recorrer quando o assunto é assistência pediátrica. Uma crise nunca 
vista está se instaurando no estado com o fechamento de serviços e 
leitos de pediatria. No Hospital Walfredo Gurgel, referência em 
atendimentos de urgência e emergência para crianças, com a aposentadoria
 de três médicos, a escala não fecha e há “buracos” no atendimento. O 
Santa Catarina funciona cerca de 20 dias por mês e o Pronto Socorro 
Infantil Sandra Celeste funciona de forma irregular.
Walfredo
Desde 
que soube da aposentadoria de alguns dos médicos pediatras que compõem a
 escala do Hospital Walfredo Gurgel, a chefe  do departamento vem 
tentando alertar o governo do assunto. Mesmo assim, nenhuma providência 
foi tomada. A última reunião ocorreu no dia 1º de março com a presença 
de representantes da Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap) e da 
Coordenação de Operações de Hospitais e Unidades de Referência (Cohur).
A 
solução paliativa encontrada foi que cada um dos profissionais que lá 
estivessem trabalhando acrescentem um plantão eventual a sua carga 
horária. Além disso, médicos de outros hospitais como Maria Alice 
Fernanddes estão dando plantões eventuais no hospital para completar a 
escala, o que nem assim completa o quadro, pois há períodos sem médicos 
ou com apenas um. O plantão com apenas um médico vai de encontro à 
portaria do CRM que determina pelo menos médicos naquela unidade.
Na 
tarde desta terça-feira, 6  de março,  cinco pediatras do Walfredo 
tiveram uma reunião com o presidente do CRM, Jeankarlo Cavalcanti que se
 comprometeu a intervir junto às Secretaria para coibir este tipo de 
plantão.
Santa Cataria
Enquanto
 isso, desde janeiro a escala do Hospital Santa Catarina está 
incompleta. Lá o Pronto Socorro infantil costuma funcionar até o dia 20 
de cada mês, uma vez que não há médicos suficientes. A Zona Norte de 
Natal fica completamente desassistida pois o Hospital Maria Alice 
Fernandes só recebe casos referenciados.
Sandra Celeste
O 
Pronto Socorro Municipal Sandra Celeste é o grande local de escoamento 
dos casos de emergência para as crianças da capital, mas também enfrenta
 problemas. Isso porque o quadro de pediatras da unidade só conta com a 
metade do efetivo necessário para o funcionamento. O restante é 
complementado através de contrato com Cooperativa Médica,o que é 
insuficiente, pois a Coopmed não conta com um número suficientes  de 
profissionais para preencher a escala. “Muitos profissionais se 
descredenciaram, pois os valores pagos são muito baixos”, afirmou o 
presidente da Sociedade de Pediatria do RN, Nivaldo Sereno Júnior.
A 
situação vem se agravando e os profissionais da pediatria do RN tentam 
se organizar para tentar minimizar os efeitos para as crianças 
potiguares. A médica pediatra do Walfredo Gurgel, Sônia Godeiro, vem 
sugerindo à Sociedade de Pediatria uma grande reunião com os pediatras 
do estado no intuito de se pensar em maneiras de enfrentar o problema. 
“Precisamos nos organizar pois o estado já virou as costas para as 
nossas crianças, cabe a nós procurar uma saída”, afirmou.
Fonte: Cidade News Itaú
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