O Papa Francisco disse, neste sábado (16), em um encontro com a imprensa na sala Paulo VI, no Vaticano,
que escolheu seu nome de líder da Igreja Católica após falar com o
cardeal brasileiro Dom Claudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo,
que participou do conclave que o elegeu.
"Na eleição, eu tinha ao meu lado o arcebispo emérito de São Paulo, um
grande amigo. Quando a coisa começou a ficar um pouco perigosa, ele
começou a me tranquilizar. E quando os votos chegaram a 2/3, aconteceu o
aplauso esperado, pois, afinal, havia sido eleito o Papa. [...] Ele me
abraçou, me beijou e disse: 'Não se esqueça dos pobres'. Aquilo entrou
na minha cabeça. Imediatamente lembrei de São Francisco de Assis."
O Papa também relembrou que Francisco de Assis era um homem da pobreza e
da paz. “Como eu queria uma Igreja pobre, e para os pobres”, afirmou.
Papa Francisco acena ao chegar ao encontro com jornalistas no Vaticano, neste sábado (16) (Foto: Vincenzo Pinto/AFP)
No encontro, ele ainda brincou com a escolha do novo nome, ao falar de
"sugestões" recebidas. "Algumas pessoas fizeram brincadeiras, falando
que deveria ser Adriano porque Adriano VI foi um homem das reformas, ou
Clemente, Clemente XV, para 'se vingar' de Clemente XIV, que suprimiu a
Companhia de Jesus. São brincadeiras, é claro."
Logo no início de seu discurso, o Papa Francisco retomou um ponto
bastante falado desde que foi eleito: a humildade diante de Cristo.
“Cristo é o centro de tudo, não o sucessor de Pedro.”
O novo Papa disse que a imprensa e a Igreja têm "pontos de proximidade
por trabalharem com a comunicação" e que o "lugar da mídia cresceu
muito, a ponto de se tornar indispensável para mostrar ao mundo os rumos
da história". Enquanto falava do trabalho dos jornalistas nos últimos
dias, o Papa, com um sorriso no rosto, falou: “e vocês trabalharam
bastante, não?”
Francisco também disse que a Igreja "não tem característica política,
mas essencialmente espiritual", e que "Cristo está presente e dirige sua
Igreja. Em tudo o que aconteceu, o protagonista é, em última instância,
o Espírto Santo. Ele inspirou a decisão de Bento XVI pelo bem da
Igreja. Ele influenciou na decisão dos cardeais."
Após falar por cerca de 10 minutos, ele cumprimentou no palco alguns
funcionários do Vaticano responsáveis pelo trabalho com a imprensa,
assim como alguns poucos jornalistas. No fim, Papa Francisco lembrou que
nem todos presentes do auditório eram católicos, mas afirmou que todos
são filhos de Deus, e deu uma benção final.
Ele recebeu os cumprimentos de sacerdotes, que entregaram lembranças ao
sumo pontífice, e de jornalistas. Um deles recebeu um carinho especial.
Um deficiente visual foi abençoado junto com seu cão-guia na sala Paulo
VI.
Fonte: G1
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