Uma
péssima notícia para os estudantes da Universidade do Estado do Rio
Grande do Norte (UERN). Os professores da instituição muito
provavelmente entrarão em greve a partir da próxima semana, ou seja,
antes mesmo do início do próximo semestre, programado para a próxima
quarta-feira, 2 de maio. Motivo é a não-inclusão da primeira parcela do
reajuste salarial na folha de pagamento do mês de abril. Em setembro do
ano passado, um acordo pôs fim à greve de 106 dias na Uern e previa o
pagamento de 10,65% para abril de 2012; 7,43% para abril de 2013; e
7,43% para abril de 2014. Recentemente, a governadora do estado Rosalba
Ciarlini garantiu o pagamento, mas não foi o que aconteceu.
Na
verdade, segundo o secretário chefe do Gabinete Civil, José Anselmo
Carvalho, não existe previsão para o pagamento. "Só faremos o pagamento
quando a lei de responsabilidade fiscal permitir", justifica,
referindo-se ao limite prudencial já ultrapassado pelo Governo do Estado
no momento.
Anselmo
Carvalho garante que não houve acordo entre o Estado e os professores.
"A categoria rejeitou todas as propostas e só voltaram ao trabalho
porque entramos na justiça para acabar com a greve" argumenta.
O
reitor da Uern, Milton Marques de Medeiros, confirma que o reajuste não
foi incluído na folha de pagamento desse mês. "O reajuste tem que ser
primeiro aprovado na Assembleia Legislativa (AL), mas ainda nem foi
encaminhado", explica.
Milton
tenta explica as razões para que o projeto de lei não tenha sido nem
enviado a AL, quase sete meses depois de encerrada a greve. "O problema é
que a Assembleia estava em recesso e o projeto teve que passar pela
consultoria do Estado", justifica, para, mais adiante, de forma rude,
pedir para que a reportagem ligasse diretamente para a governadora para
saber o que houve. "Vocês têm acesso à governadora. Pergunte a ela",
diz, em tom alterado, o reitor.
Milton também declara não haver previsão para o pagamento do reajuste.
Anselmo
Carvalho acrescenta que não tem previsão também para que a lei seja
enviada a AL. "A lei só pode ir para a assembleia quando a lei de
responsabilidade fiscal admitir", pondera.
Hoje,
o reitor e o chefe de gabinete se reúnem na governadoria para discutir o
assunto, juntamente com o consultor geral do Estado, José Marcelo
Costa.
Professores realizam assembleia amanhã
A
Associação dos Docentes da Uern (ADUERN) realizará Assembleia Geral
Extraordinária com os professores, às 9h dessa quinta-feira, 26, para
que a categoria se posicione sobre o descumprimento do acordo pelo
Governo do Estado. De antemão, o presidente da Aduern, Flaubert
Torquato, adianta que os professores encontram-se indignados com a
insensatez do Governo do Estado. "É uma demonstração de descaso,
desrespeito e falta de compromisso", afirma o docente.
Flaubert
diz que o posicionamento da categoria vai depender do resultado da
reunião de hoje entre o reitor da Uern e representante do Governo do
Estado. "Acreditamos que possa ser possível o pagamento ser feito em
folha extra ou com juros com mês de maio", declara, inicialmente
esperançoso, para depois reconhecer que caso não exista uma proposta
concreta a tendência é que os professores paralisem suas atividades.
O
professor criticou o confronto de informações vindas do Governo do
Estado. "A governadora diz uma coisa, enquanto que vem um secretário e
diz outra. Parece o samba do crioulo doido", avalia.
Milton
Marques não quis comentar a possibilidade de uma nova greve na Uern,
enquanto que Anselmo Carvalho diz que espera que os professores usem a
inteligência e tomem a decisão mais adequada. Já Flaubert finaliza
dizendo que "se o governo não assegurar nada na reunião de hoje, a
categoria deve adotar medidas mais radicais".
Fonte: Defato via Portalegre Notícias
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