A polêmica em torno do show da Banda Grafith, no último sábado (21), no Mossoró Cidade Junina, chegou à Câmara Municipal de Mossoró. A noite, que teve recorde de público – estimativa de 100 mil pessoas – também registrou muitas brigas e um homicídio. Um dos vereadores que levantou, no plenário da Câmara, a questão da segurança pública foi Genivan Vale (PROS). “Há muitos anos essas confusões são associadas à Banda Grafith. Se se tratasse de uma festa privada, não entraríamos no mérito, mas é o dinheiro público que está em jogo”, afirmou Genivan, argumentando que uma pessoa foi assassinada e outra esfaqueada, além disso, os corredores do Hospital Tarcísio Maia ficaram lotados. “Não é de se reivindicar mudanças?”, questionou Genivan. Vereador da Câmara Municipal de Natal, Júnior Grafith, o líder da banda, se diz surpreso com a atitude: “Infeliz de parte dos vereadores da Câmara Municipal de Mossoró, ao propor a absurda ideia de nos proibir de tocar durante tão importante evento”, salienta. De acordo com Júnior Grafith, o tumulto foi percebido na última música, o que gerou grande desconforto: “Eu só tenho a lamentar que queiram nos culpar por esses incidentes. Não somos os responsáveis pela segurança pública durante o evento. Isso compete, como o próprio nome diz, ao poder público e não à iniciativa privada, a uma banda que tem 25 anos de história no cenário da música do Rio Grande do Norte. Os vereadores que encabeçaram esse tipo de campanha deveriam estar preocupados com a segurança da população e não com nossas músicas. Deveriam se preocupar, eu reforço, com a segurança pública falida do País”, critica Júnior Grafith.
Veja na íntegra a nota de repúdio lida pelo vereador Júnior Grafth na sessão de hoje na Câmara Municipal de Natal:
Boa tarde, colegas vereadores e vereadoras. Boa tarde para as pessoas que estão nos assistindo. Gostaria de aproveitar este momento para defender o artista potiguar que tanto luta para conseguir seu espaço no cenário musical local e ao mesmo tempo mostrar minha indignação contra a Câmara Municipal de Mossoró por se colocar contra esses mesmos profissionais com uma proposta para acabar com a apresentação desses artistas na cidade. Repercutiu nos meios de comunicação da região oeste que bandas potiguares seriam responsáveis pelo crescimento da criminalidade na cidade de Mossoró. Deste modo isentando a gestão da cidade de suas responsabilidades de manter a segurança na cidade. Uma dessas bandas citadas seria a banda Grafith da qual faço parte e por isso mesmo me sinto na obrigação de fazer uma defesa pública não somente da banda, mas de todo artista potiguar que participou do evento Mossoró Cidade Junina. Mas a imagem da banda Grafith foi inclusive a mais prejudicada pela posição de alguns vereadores da Câmara Municipal de Mossoró que cogitou inclusive barrar a banda na cidade. O motivo seria que a banda seria responsável por incitar a violência durante seus shows e por isso seria responsável pelas ocorrências criminais na cidade. Segundo dados oficiais, em Mossoró, até a data do show da banda Grafith, já teriam ocorridos quase noventa homicídios. A pergunta que fica: seria a banda Grafith a responsável por esses homicídios mesmo sem ter se apresentado na cidade? Logo percebemos que a questão é mais profunda. Isso é questão de segurança pública e passar a responsabilidade para outros atores. Vale ressaltar que a banda Grafith, uma das mais conhecidas e que leva milhares pessoas todos os anos em Macau, nunca passou por tal situação, pois todas as vezes que se apresentou na cidade o índice de criminalidade não aumentou com a presença da banda. A banda Grafith desde sua fundação sempre trabalhou para que seu trabalho fosse reconhecido de forma honesta. A banda jamais fez qualquer apologia à violência ou ao uso de drogas. Quem conhece os integrantes da banda sabe que existe inclusive uma política de restrição ao uso de bebidas e drogas em ambiente de trabalho justamente para não manchar a imagem dos artistas. Eu sou um dos defensores da cultura. Faço parte da comissão de educação, cultura e desporto e busco todos os dias valorizar os artistas da nossa terra. Sei como é difícil para nossos artistas conseguirem um espaço muitas vezes escasso. E para finalizar relembro o posicionamento da Câmara Municipal de Mossoró de discriminar os artistas potiguares proibindo-os de se apresentarem na cidade. Devo lembrar que essa proibição é inconstitucional, pois fere o artigo 5º, inciso 9º que diz “é livre a expressão da atividade intelectual, artistica, científica e de comunicação, independente de censura ou licença”. E é isso que a Câmara Municipal de Mossoró quer fazer com os nossos artistas potiguares. Quer restringir um direito garantido com muito suor e trabalho. Por isso quero que conste em ata a minha nota de repúdio à atitude de censura e discriminação de alguns vereadores da Câmara Municipal de Mossoró ao artista potiguar.
Veja na íntegra a nota de repúdio lida pelo vereador Júnior Grafth na sessão de hoje na Câmara Municipal de Natal:
Boa tarde, colegas vereadores e vereadoras. Boa tarde para as pessoas que estão nos assistindo. Gostaria de aproveitar este momento para defender o artista potiguar que tanto luta para conseguir seu espaço no cenário musical local e ao mesmo tempo mostrar minha indignação contra a Câmara Municipal de Mossoró por se colocar contra esses mesmos profissionais com uma proposta para acabar com a apresentação desses artistas na cidade. Repercutiu nos meios de comunicação da região oeste que bandas potiguares seriam responsáveis pelo crescimento da criminalidade na cidade de Mossoró. Deste modo isentando a gestão da cidade de suas responsabilidades de manter a segurança na cidade. Uma dessas bandas citadas seria a banda Grafith da qual faço parte e por isso mesmo me sinto na obrigação de fazer uma defesa pública não somente da banda, mas de todo artista potiguar que participou do evento Mossoró Cidade Junina. Mas a imagem da banda Grafith foi inclusive a mais prejudicada pela posição de alguns vereadores da Câmara Municipal de Mossoró que cogitou inclusive barrar a banda na cidade. O motivo seria que a banda seria responsável por incitar a violência durante seus shows e por isso seria responsável pelas ocorrências criminais na cidade. Segundo dados oficiais, em Mossoró, até a data do show da banda Grafith, já teriam ocorridos quase noventa homicídios. A pergunta que fica: seria a banda Grafith a responsável por esses homicídios mesmo sem ter se apresentado na cidade? Logo percebemos que a questão é mais profunda. Isso é questão de segurança pública e passar a responsabilidade para outros atores. Vale ressaltar que a banda Grafith, uma das mais conhecidas e que leva milhares pessoas todos os anos em Macau, nunca passou por tal situação, pois todas as vezes que se apresentou na cidade o índice de criminalidade não aumentou com a presença da banda. A banda Grafith desde sua fundação sempre trabalhou para que seu trabalho fosse reconhecido de forma honesta. A banda jamais fez qualquer apologia à violência ou ao uso de drogas. Quem conhece os integrantes da banda sabe que existe inclusive uma política de restrição ao uso de bebidas e drogas em ambiente de trabalho justamente para não manchar a imagem dos artistas. Eu sou um dos defensores da cultura. Faço parte da comissão de educação, cultura e desporto e busco todos os dias valorizar os artistas da nossa terra. Sei como é difícil para nossos artistas conseguirem um espaço muitas vezes escasso. E para finalizar relembro o posicionamento da Câmara Municipal de Mossoró de discriminar os artistas potiguares proibindo-os de se apresentarem na cidade. Devo lembrar que essa proibição é inconstitucional, pois fere o artigo 5º, inciso 9º que diz “é livre a expressão da atividade intelectual, artistica, científica e de comunicação, independente de censura ou licença”. E é isso que a Câmara Municipal de Mossoró quer fazer com os nossos artistas potiguares. Quer restringir um direito garantido com muito suor e trabalho. Por isso quero que conste em ata a minha nota de repúdio à atitude de censura e discriminação de alguns vereadores da Câmara Municipal de Mossoró ao artista potiguar.
Do Jornal Gazeta do Oeste com informações do repórter Mário Gerson via Passando na Hora
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