Faltavam poucos minutos para o início da partida entre Chile e Espanha, quarta-feira (18), no Maracanã, quando torcedores sul-americanos tentaram invadir o estádio, sem ingresso. A ação foi um ato de desespero, segundo um dos envolvidos. O jovem Manuel Barraza resumiu o sentimento à GloboNews nesta sexta (20), pouco antes de voltar ao país natal. "As pessoas viajaram muitos quilômetros para vir ao Brasil e ninguém queria ir embora sem ver a partida", disse. O chileno de 23 anos reconheceu que errou, mas apontou falha de planejamento dos organizadores por não terem reservado bilhetes prioritários para torcedores dos dois países que se confrontariam.
"Penso que foi ruim e devemos pedir perdão por isso, mas acredito que cada parte deve fazer sua autocrítica. A culpa não é só das pessoas que fizeram isso, mas também das pessoas que não foram capazes de regular a venda de ingressos, porque era um jogo do Chile contra a Espanha e havia muitos chilenos e espanhóis sem entrar. Muitos europeus e pessoas de outras nacionalidades tinham ingressos, isso foi um erro", afirmou Barraza.
Representantes do Governo Federal e do Comitê Organizador Local reconheceram as falhas, mas se limitaram a apontar problemas de segurança — não de organização. O secretário extraordinário para grandes eventos do Ministério da Justiça, Andrei Rodrigues, garantiu que esse tipo de violência não vai se repetir, mas não anunciou que medidas serão adotadas para evitar novos problemas.
'Teriam que ser presos', diz cônsul
Dos 90 detidos, 88 eram chilenos, um boliviano e outro colombiano. Todos foram obrigados a deixar o país em 72 horas para não serem deportados — com exceção de dois residentes do país, que continuarão no Brasil normalmente. Na opinião do cônsul do Chile no Rio, Samuel Ossa, a punição foi branda. "Não foi uma circunstância orquestrada. Mas eles teriam que ser presos e deportados. Ficou barato", disse ele.
Nenhum comentário:
Postar um comentário