"Pro
cartório, pro INSS, eu estou morto". A frase é do motorista Jorge Luiz
Corrêa, morador de Angra dos Reis (RJ). Ao reunir a documentação
necessária para dar entrada no pedido de aposentadora,
ele descobriu que, para os órgãos públicos, morreu há 19 anos. Um
documento de um cartório de Joinville (SC) diz que as causas foram
parada cardiorrespiratória, falência de múltiplos orgãos e
politraumatismo. Além disso, a certidão aponta que ele está enterrado em
Araquari, no mesmo estado.
"A
gente reparou que faltava a certidão de nascimento. Esperamos cerca de
20, 25 dias e chegou uma certidão de óbito", disse o amigo de Jorge,
José Geraldo Dama Ferreira. "A situação em que ele se encontra hoje não
tem como esperar", disse a amiga Vera de Fátima Paiva Ferreira.
Além
de não conseguir dar entrada na aposentadoria, Jorge, de 63 anos,
também tem dificuldades para se inscrever em programas sociais e pegar
remédios no posto de saúde.
A
certidão de óbito mostra que Jorge morreu em 1996. No entanto, em 2014,
ele conseguiu renovar a carteira de habilitação sem qualquer
questionamento. Além disso, trabalhou registrado em várias empresas e
nunca teve problemas. "Consegui arrumar alguns empregos para ele, nas
empresas que passei. Todos de carteira assinada e em nenhum deles se
constatou essa questão", explicou o afilhado, Éderson Paiva Ferreira.
A
Defensoria Pública do Rio de Janeiro informou à produção do RJTV que
foi comprovado que o documento não se refere a alguém que tenha o nome
completo igual ao de Jorge Luiz Corrêa. Por isso, entrou com uma ação
para desconstituição de óbito, para cancelar a certidão. Não há um prazo
para o fim do processo.
Fonte: G1
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